Cinco jogadores que não pode perder de vista em 2021

Por Pedro Gonçalo Pinto - Janeiro 6, 2021
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Com um estranho 2020 para trás, está na hora de nos focarmos em 2021. Mas a verdade é que, mesmo numa época sem precedentes, vários jogadores aproveitaram a oportunidade de se mostrar ao Mundo e saltar para a ribalta. Os exemplos mais claros foram os de Andrey Rublev Jannik Sinner. Em patamares (e idades) diferentes, é certo, com enorme sucesso. Por isso mesmo, será que nos atrevemos a adivinhar quem poderá dar um salto em 2021? Claro que sim!

A lista apresenta muita juventude e uns nomes mais conhecidos do que outros. Acima de tudo, olhamos para o contexto da fase que vivemos, para o talento dos tenistas em causa e para esse eventual crescimento ou afirmação. Aqui estão cinco, mas poderiam figurar dez. Poderá arregalar os olhos com um dos nomes mas, se ler com atenção, em momento algum dizemos que são só jogadores da NextGen! Vamos a isso?

Jannik Sinner

Quase parece anti-clímax destacar Sinner, mas a ascensão do italiano não pára no 36.º posto que ocupa nesta altura. Em 2020, o menino, agora com 19 anos, até começou como 78.º classificado, antes de uma evolução sustentada terminar com chave de ouro, ao conquistar o primeiro título ATP da carreira em Sofia. Bate na bola com a facilidade que poucos têm, mostra-se frio em momentos importantes e tem um grande treinador – Ricardo Piatti – a guiar-lhe o caminho. As peças parecem todas colocadas para que possa, perfeitamente, lutar por terminar 2021 em Turim… nas ATP Finals. Afinal de contas, falamos de um jogador que chegou aos ‘quartos’ de Roland Garros na estreia e que joga muito mais do que os 19 anos.

Nick Kyrgios

Este é o momento em que questionam o que estão a ler. Mas a verdade é que Kyrgios aparece num contexto favorável para explodir em 2021 e conseguir, finalmente, corresponder a todo o talento que lhe é reconhecido. Se não se lembra da última vez que viu o australiano, de 25 anos, jogar é normal. Foi no fim de fevereiro, em Acapulco, e, por isso, é fácil esquecer o bom arranque de 2020 que Nick havia feito. O controverso tenista dos antípodas ajudou a Austrália a atingir as ‘meias’ da ATP Cup e só caiu nos ‘oitavos’ do Australian Open após uma grande batalha com Rafa Nadal. A verdade é que, com todo este tempo de paragem, teve hipótese de ficar 100 por cento saudável e preparado para atacar a nova época. Precisa de recuperar o ritmo, mas tem o ranking mais enganador do circuito, com o 46.º posto. Será que também pode lutar pelas ATP Finals?

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Lorenzo Musetti

Foi absolutamente impressionante a forma como Musetti, de apenas 18 anos, arrebatou o Mundo do ténis no Masters 1000 de Roma. É certo que estamos a falar de um antigo número 1 mundial de juniores, mas alguém acreditava que arruma o qualifying para, depois, bater facilmente Stan Wawrinka e Kei Nishikori? Como se não bastasse, acabou por conquistar um Challenger e, na Sardenha, foi o semi-finalista mais jovem de 2020. É fácil entender o porquê de estar nesta lista. Arranca a época como 129.º do ranking ATP, mas tem margem para acabar dentro do top 50, tendo em conta o talento natural que exibe. Pode ser uma espécie de Sinner de 2021.

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Carlos Alcaraz

Quem está dentro do circuito não hesita quando fala de Carlitos Alcaraz. Vários já confidenciaram que o talento do jovem espanhol é absolutamente fantástico, até mesmo sem pensar na idade deste prodígio espanhol. Aos 17 anos, apresenta uma maturidade competitiva fora do normal e não é por acaso que acaba por ser comparado a Rafa Nadal. Esse pode ser um passo demasiado à frente, mas Alcaraz parece ter tudo para singrar… já! Soma três títulos Challenger, é treinador por um tal Juan Carlos Ferrero e as expectativas são gigantes. É na terra batida que se sente melhor, mas seria redutor limitar Carlitos simplesmente ao pó de tijolo, tendo em conta aquilo que já demonstrou. E, no fim de contas, quando há aprovação tão consensual dos pares, por alguma razão é.

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Foto: Bruno Alencastro/ Bola Amarela

Thiago Seyboth Wild

O povo brasileiro volta a ter a esperança de contar com uma estrela no circuito mundial por culpa deste rapaz. Aos 20 anos, começou a descolar do rótulo de tenista apenas de torneios Challenger em 2020, ao conquistar o ATP 250 de Santiago. Teve outros grandes momentos no ano passado, como o épico encontro de 3h50 com Alejandro Davidovich Fokina no Rio de Janeiro, sendo que o desafio será crescer ainda mais. Mostra talento e capacidade de se adaptar à terra batida e piso rápido – afinal de contas, foi campeão júnior do US OPpen -, mas terá de evoluir a nível mental para aguentar competir com os melhores a cada semana. Se mantiver a trajetória que começou no ano passado, Thiago Wild pode ser um caso sério e firme dentro do top 70. Para já, vai começar como 117.º.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt