Bellucci recorda duelo com Alcaraz: «Não sabia como ganhar pontos»

Por Rodrigo Caldeira - Dezembro 4, 2025
Alcaraz-Bellucci

Mattia Bellucci conheceu em primeira mão a exigência que existe logo após o primeiro escalão da elite do circuito ATP. O italiano terminou o seu primeiro ano completo no top-100 num honroso 74.º lugar do ranking ATP, passando a integrar o conjunto de caras conhecidas nos principais torneios do mundo.

Pelo caminho viveu momentos de destaque no circuito ATP: as meias-finais no torneio de Roterdão, onde se deu a conhecer ao mundo depois de superar jogadores como Daniil Medvedev; a sua primeira terceira ronda num Grand Slam, em Wimbledon, após uma vitória contundente frente ao sempre perigoso Jiri Lehecka e também, claro, momentos menos bons, dias amargos em que nada parece correr bem, dias que fazem parte da adaptação à elite.

Um desses momentos ocorreu numa noite quente de verão em Nova Iorque. Flushing Meadows, Court Central Arthur Ashe e segunda ronda do US Open frente a um tal Carlos Alcaraz. O que prometia ser uma noite de descobertas, uma oportunidade para o mundo se encantar com o potencial deste jovem transalpino, acabou por se transformar num pesadelo: mal conseguiu vencer quatro jogos em todo o encontro, sentiu-se superado em todos os momentos pelo ténis do murciano.

ENFRENTAR CARLOS E JANNIK 

“O Carlos e o Jannik são jogadores que impressionam na televisão, mas enfrentá-los em court é muito pior. Não havia um único aspeto em que me sentisse ao nível do Alcaraz. Não sabia como ganhar pontos, não tinha maneira de me agarrar ao encontro. Contra outros grandes jogadores senti-me muito mais próximo deles em termos tenísticos, mais perto do seu nível, mas contra o Carlos, a única coisa que pensava era: ‘Não sei o que fazer’.”

TREINAR COM DJOKOVIC 

“Ao contrário do que acontece com outros grandes jogadores, quando estás a treinar com o Djokovic há um nível de exigência altíssimo. Ele exige um nível de precisão muito elevado, tanto de si próprio como da sua equipa. Se as coisas não correm bem, ele irrita-se. Tentei que o treino fosse útil, a pressão era enorme. Em termos de emoções e intensidade, foi um treino que me tornou melhor, mais forte. Alcançar esse nível de exigência contra o melhor da história… nunca imaginei encontrar-me nessa situação”

SER MAIS EXPERIENTE PARA O ANO 

“Este ano sofri muito ao nível da consistência, mas penso que as experiências vividas esta temporada me vão beneficiar no próximo ano. O meu objetivo para 2026 é ser mais estável emocionalmente e gerir muito melhor tudo o que tem a ver com o trabalho diário e com a minha equipa de trabalho.”

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Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.