Ash Barty: «É a altura certa. Estou exausta e quero fazer outras coisas»

Por José Morgado - Março 23, 2022

Ash Barty, a número um do ranking WTA, decidiu surpreender tudo e todos e retirar-se do ténis aos 25 anos, apenas dois meses depois de conquistar o Australian Open, naquele que foi o seu terceiro título de Grand Slam. A australiana assumiu em entrevista à sua melhor amiga Casey Dellacqua que a decisão não foi fácil, mas é a mais correta.

“Não é fácil, mas sinto que este é o momento certo. Não é a primeira vez que me retiro do ténis, mas desta feita é diferente e estou segura de que é altura certa para fazer outras coisas com a minha vida”, assegurou a australiana, que abandonou a modalidade uma primeira vez, com apenas 17 anos, para jogar críquete profissional, voltando depois para se tornar na melhor jogadora do Mundo.

Porquê agora? Dellacqua fez a questão de ‘um milhão’ e Barty respondeu. “Tenho vivido muitos momentos incríveis. Ganhar Wimbledon mudou-me muito como pessoa e atleta. Ganhar aquele torneio, que era o meu verdadeiro sonho no ténis, mudou toda a minha perspetiva. Falei sobre me retirar várias vezes com a minha equipa depois de Wimbledon. Mas havia uma parte de mim que ainda não estava feliz nem satisfeita com a minha carreira. E depois chegou o desafio do Australian Open. E vencê-lo pareceu-me a forma perfeita de terminar a minha carreira e celebrar o quão boa foi. Agora quero conquistar outras coisas na minha vida.”

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A australiana assume exausta e está entusiasmada por entrar numa fase totalmente diferente da sua vida. “Mudei de perspetiva nesta segunda fase da minha carreira. A minha felicidade não depende de resultados. O sucesso para mim é dar tudo o que tenho. Sei aquilo que tenho de trabalhar para der sucesso, mas já não tenho mais essa vontade e compromisso. Estou exausta, não quero continuar a fazer isto e estou contente com a minha decisão. Estou tranquila com o facto de muita gente não vir a entender as minhas decisões. Há muitas coisas que quero fazer que não são condizentes com viajar o ano todo e estar longe da minha família. Agora quero desfrutar da próxima fase da minha vida enquanto Ash Barty pessoa e não Ash Barty atleta.”

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com