Apostolos Tsitsipas: «O sucesso prematuro do meu filho não foi forçado, nunca o sobrecarreguei»

Por José Morgado - Novembro 28, 2018

Apostolos Tsitsipas, pai e treinador de Stefanos Tsitsipas, é figura absolutamente central na carreira do filho. Uma década depois de ter deixado o seu emprego para dedicar à carreira do talentoso filho, Apostolos está finalmente a ver todo esse sacrifício recompensado, como explicou durante o 20.º Simpósio de Treinadores da Federação Internacional de Ténis.

A fama de que é um durão… não é verdade. “A qualidade do meu filho é absolutamente natural. Nunca sobrecarreguei o Stefanos com trabalho. Talvez as pessoas pensem que ele esteja a treinar 20 horas por dia, que ele nem sequer dorme tanto quanto treina. Absolutamente falso. O Stef treina intensamente durante 1h30, no máximo duas horas por dia. E outra hora dedica à preparação física. O resto é recuperação, reabilitação, ouvir o seu corpo, trabalhar para se manter saudável. Tudo isso faz parte das suas rotinas diárias. Aconteceu tudo de forma natural minha parte, não houve forçar nesse sentido”, assegurou o grego numa longa e muito interessante entrevista para o ‘UbiTennis’.

O pai de Tsitsipas assegura que nem olha muito para o ranking do seu filho de 20 anos. Eu nunca olhei para o ranking ou para o resultado como um primeiro objetivo. Eu tenho essa filosofia de vida: não olho para o resultado, não vejo o jogador como veículo para obter um resultado. Eu olho primeiro para o jogador como um ser humano e depois para o desenvolvimento da sua personalidade através do desporto que pratica. Se as vitórias vierem após este desenvolvimento e depois de completar o desenvolvimento do seu jogo, então é perfeito. Se este não for o caso, se ainda não estiver pronto, significa que temos de esperar. Devemos sempre considerar todos os aspectos, como eu disse antes. Não é inteligente apressar os resultados de alguém.

Apostolos admite que o objetivo para o final de 2018 era chegar ao top 50 (o seu filho já é top 15) mas não esconde os sonhos que tem para o futuro. “Claro que queremos um Grand Slam e especialmente Wimbledon, pois acho que é o torneio que melhor se adapta ao estilo dele. Mas o Stef é diferente. Ele quer inspirar outros meninos. Stefanos inspirou-se no Roger Federer: ótimo tenista, ótima pessoa. Se olharmos para as nossas vidas, também fomos inspirados por alguém. Se olharmos para trás, veremos que nos inspiramos em pessoas que desempenharam um papel importante nas nossas vidas, no nosso crescimento como pessoas. Seria muito bom e positivo se Stefanos pudesse tornar-se num modelo para os meninos.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt