Antigo diretor da Nike revoltado: «Deixar Federer sair foi uma atrocidade»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Fevereiro 15, 2023
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Roger Federer terminou a carreira no ano passado, mas ainda se continua a olhar para aquilo que foi o percurso de uma figura que ficará eternizada na história do desporto. No livro ‘The Roger Federer Effect’, o testemunho de Mike Nakajima, antigo diretor de ténis da Nike, salta à vista por uma série de razões. Uma delas foi o momento em que o suíço deixou de ser representado pela marca norte-americana, depois de 18 anos de ligação, e mudou-se para a Uniqlo.

“Isso nunca devia ter acontecido. Foi uma atrocidade deixarmos sair alguém como Federer. Roger pertencia à Nike para o resto da carreira, tal como Michael Jordan, LeBron James, Tiger Woods. Ele está lá no topo com os maiores atletas de sempre da Nike. Ainda estou desapontado. Mas aconteceu e tenho de ultrapassar isso. Não foi decisão minha e não estava lá”, confessou.

Certo é que Nakajima se mostra completamente rendido a Federer. “Tive o privilégio de conhecer tantos atletas de topo e o Roger está no topo da minha lista. É mesmo muito boa pessoa. Sim, tem muito mais dinheiro e muito mais tudo, mas não mudou. Dinheiro e fama mudam muito as pessoas. Não vou dizer nomes, mas temos atletas que mudaram. O dinheiro mudou a forma como viram as coisas, como agiam e falavam. O Roger nunca fez isso”, explicou.

Nakajima lembra ainda uma história curiosa de quando Federer visitou o campus da Nike. “O Roger serviu café e donuts nesse dia. Deu uma aula no ginásio, serviu almoços, trabalhou na caixa e jogou ténis na Wii num dos edifícios. Tens de ser um certo tipo de pessoa para fazer isso. Não há muitos atletas que tinham estado à vontade para fazer isso. Roger era prefeito para isso. Fazia a vontade das pessoas”, concluiu.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt