Anisimova: «Hoje entrei em campo sem medo e isso fez a diferença»

Por José Morgado - Setembro 4, 2025
Anisimova

O ténis tem destas ironias. Há pouco mais de um mês, Amanda Anisimova viveu um dos momentos mais duros da sua carreira ao perder a final de Wimbledon diante de Iga Swiatek por 6-0 e 6-0. Esta quarta-feira, no US Open, a norte-americana deu a melhor resposta possível: vingou-se da número dois mundial, derrotou-a perante o seu público e garantiu, pela primeira vez, um lugar nas meias-finais do torneio nova-iorquino.

Desta vez, a história foi bem diferente. Apoiada pelo entusiasmo das bancadas, Anisimova exibiu o ténis agressivo que sempre a caracterizou e, sobretudo, uma enorme capacidade de superação mental. Em conferência de imprensa, não escondeu o simbolismo desta vitória. “É totalmente diferente de qualquer outro encontro. Preparei-me sobretudo mentalmente. Hoje entrei em campo sem qualquer medo e isso fez toda a diferença. Estou muito feliz”, afirmou.

A jovem de 23 anos recordou a dura experiência em Londres: “Chorei durante meia hora depois daquela final. Nunca tinha perdido 6-0 e 6-0, ainda por cima num Grand Slam. Mas consegui superar rapidamente. Isso deu-me experiência e mostrou que, se tiveres uma mentalidade positiva, consegues resultados. Estou orgulhosa de mim própria.”

Sobre o que aprendeu, destacou a importância da coragem: “No início deste torneio ainda senti algum receio. Mas percebi que não podia entrar em campo com medo. Hoje estive sempre a mexer-me, algo que nem sempre faço, e joguei sem hesitações.”

Anisimova revelou ainda que reviu recentemente a final de Wimbledon: “Vi-me muito lenta e percebi que estava cansada. Trabalhei muito o físico nas últimas semanas e isso ajudou-me agora. Ganhei experiência e sei que me vai tornar melhor.”

Num torneio onde atinge o maior feito da carreira, Amanda deixa claro: “Esta vitória tem mais significado do que qualquer outra. Mostrei que posso jogar ao mais alto nível e vencer qualquer jogadora do top-10.”

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com