André Horta: «Depois de ser campeão pelo Benfica, conhecer o Nadal foi o momento mais especial da minha vida»

Por Susana Costa - Dezembro 22, 2018

O que começou por ser uma simples picardia entre irmãos resvalou para um sério e declarado caso de admiração por Rafael Nadal. De tal forma que André Horta considerou que trazer o maiorquino apenas no coração era pouco para tamanho fascínio. Estampou a cara de ‘Rafa’ na perna e ficou à espera do dia em que mostraria a tatuagem ao seu ídolo. A passada terça-feira foi o dia.

Em declarações exclusivas ao Bola Amarela, o internacional português sub-21, que representa atualmente o Los Angeles FC da MLS e que já passou pelo V. Setúbal, Benfica e Sp. Braga, confessou que o entusiasmo de conhecer o campeão de 17 títulos do Grand Slam lhe tirou – e continua a tirar – as palavras.

“Foi indescritível, não há palavras para descrever o momento em que se conhece uma lenda do desporto”, começou por dizer o jogador de 22 anos. “Estava um pouco nervoso. Foi um momento em que ficou muita coisa por dizer e tanta, tanta coisa por perguntar”, acrescentou André Horta, já com os olhos postos numa “próxima oportunidade”.

“Depois de saber que eu estava a morar na Califórnia, disse-me que se eu quisesse ir assistir ao Masters 1000 de Indian Wells, ele tratava de tudo. Isso marcou-me muito”, afirmou o jogador português. “Sobre a tatuagem, disse que era um pouco louco, mas acho que gostou (risos)”.

Com as emoções vividas em Maiorca ainda bem presentes, André Horta arrisca colocar no ranking dos melhores momentos da sua vida apenas um à frente do proporcionado por Nadal. “Depois de ter sido campeão pelo Benfica, penso que foi o momento mais especial da minha vida”.

O muito comentado e partilhado encontro entre ambos aconteceu na Rafa Nadal Academy by Movistar, o que deu oportunidade a André de assistir ao treino do espanhol de 32 anos e de reviver o entusiasmo da final de Roland Garros de 2017, quando Nadal conquistou “La Decima”, mesmo debaixo do nariz (e do acérrimo apoio) do português. “Foi especial, foi histórico e irrepetível na história do ténis, adorei estar presente”.

Presente está também, sempre que pode, atrás do ecrã da televisão, a exercer a função de adepto incondicional. “Sofro um bocadinho [a ver os encontros]. Quando sei que está em forma sofro menos, porque sei que vai ganhar sempre (risos)”.

 


Ser do Nadal para ser do contra


 

Sem que tenha perdido a paixão por jogar, André Horta confessa que já lá vai o tempo em que partilhava regularmente o court com o seu irmão, Ricardo Horta, jogador do Sp. de Braga. “Quando éramos miúdos, jogávamos muitas vezes, agora nem tanto. No início, ele ganhava sempre, mas depois comecei eu a ganhar mais vezes. Ele joga melhor padel, eu jogo melhor ténis”.

E foi entre as guerrilhas no court e as picardias fora das linhas que nasceu, sem que nada  fizesse anunciar, a admiração do mais novo dos irmãos Horta por um dos maiores da história do ténis. “O meu irmão gostava do Roger Federer, e o normal era gostar-se do Federer, então, como gosto de ser do contra, optei pelo Nadal… Não sabia que ia ser alguém tão marcante”.

Descobriu o que era isto das raquetes apenas na adolescência, mas a química foi tal que a paixão se mantém assolapada até hoje. Pelo meio ficou uma licenciatura em Jornalismo e um Secundário dignamente enriquecido com caderno cujas capas ostentavam recortes de jornais do Lleyton Hewitt. Entretanto, ganhou (algum) juízo, um inexplicável fascínio por esquerdas paralelas a duas mãos e um lugar no Bola Amarela. A escrever por aqui desde dezembro de 2013.