A impactante confissão de Michelsen: «A COVID salvou a minha carreira no ténis»

Por Rodrigo Caldeira - Outubro 16, 2025
Foto: Millennium Estoril Open

Alex Michelsen (36.º ATP) está a tentar dar o passo definitivo para deixar de ser visto como uma “promessa” e passar a ser considerado uma “ameaça”. Mas, para isso, precisa de consistência, algo que lhe tem faltado neste ano de 2025, onde apenas se destaca o seu título conquistado em Portugal no Millennium Estoril Open.

No entanto, numa entrevista ao podcast “Nothing Major Show”, Alex Michelsen deixou uma reflexão interessante sobre o período de confinamento devido à COVID-19, bem como sobre a sua experiência na Laver Cup, embora a sua estreia não tenha sido a ideal, já que perdeu frente a Jakub Mensik (19º).

IMPORTÂNCIA DA COVID-19

“Não me via como um tenista profissional, mas sabia que era bastante bom. Estava entre os cinco melhores da minha turma. Depois comecei a jogar alguns torneios Futures e disse a mim próprio: “Espera, eu posso ser como estes rapazes”. Comecei a iludir-me e a acreditar que podia ser profissional. Não sei, nunca teria sido assim se não fosse a COVID, porque graças a isso pude estudar em casa. A COVID salvou-me, salvou a minha carreira no ténis, para ser honesto. Foi nessa altura que comecei a treinar cinco horas por dia.”

COMEÇAR A VENCER CHALLENGERS

“Naqueles anos jogava ténis como no secundário. Era um jogador medíocre, e então comecei a participar nestes torneios. Estava no 500.º lugar do ranking e cheguei à final de um Challenger , foi aí que pensei: “Espera, eu consigo fazer isto”. Mas os meus pais queriam que continuasse a estudar, e eu tinha apenas um tempo limitado para tentar ter sucesso. Depois ganhei o Challenger de Chicago, cheguei à final em Newport, venci o Isner nas meias-finais e isso consolidou a minha posição.”

EXPERIÊNCIA DA LAVER CUP 

“Fui o primeiro suplente. Depois, o Frances Tiafoe, o Tommy Paul e o Ben Shelton não puderam ir. Falei com o Andre Agassi ao telefone durante cerca de uma hora. Não pensei que ele estivesse assim tão interessado, mas estava realmente entusiasmado. Entrei em campo e não consegui bater uma bola durante uns 40 minutos. Estava a caminhar ao lado do Agassi e a pensar: “O que é que está a acontecer?”. O Agassi ajudou-me a relaxar à medida que o encontro avançava, mas sim, estava tenso como uma corda.”

CONHECER FEDERER DE FORMA CURIOSA 

“Conheci-o pela primeira vez na gala. E, se queres ouvir algo muito embaraçoso, mas também bastante engraçado, perdi uma aposta com o Fritz. Ele perguntou-me: “Quais são as probabilidades de tropeçares nas escadas quando fores anunciado?”. E, quando me anunciaram, dei um pequeno passo em falso. Foi realmente embaraçoso, à frente de mil pessoas. Não foi divertido. Acho que a minha sorte estava condenada desde o início.”

TAÇA DAVIS COM ESTEROIDES 

“Foi como uma Taça Davis com esteroides, é assim que a descreveria. Há um pouco mais de energia. Não tinha passado muito tempo com a maioria deles antes desse fim de semana, mas criámos uma ligação forte e conhecemo-nos melhor. Falámos sobre os nossos pontos fortes e fracos, sobre os nossos jogos e tudo isso. Foi algo que nem a própria Taça Davis consegue replicar”.
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Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.