Serena volta a ser rainha e fica mais perto do topo da história

Há desportistas cujos adjetivos são sempre insuficientes para os classificar. Serena Williams é, seguramente, uma delas. Este sábado, em Paris, a número um do ranking mundial conquistou Roland Garros pela terceira vez na carreira (depois de 2002 e 2013) e tornou-se na primeira jogadora a vencer Australian Open e Roland Garros na mesma temporada desde a compatriota Jennifer Capriati, em 2001.

A pouco mais de três meses de completar 34 anos, mas com uma fome de vencer igual à que tinha quando venceu o seu primeiro Major, há 16 anos, Serena está agora a apenas dois troféus em Grand Slams de igualar os 22 títulos da alemã Steffi Graf, recordista da Era Open e considerada por muitos como a melhor jogadora de todos os tempos (também porque lidera destacadamente a lista de semanas no topo do ranking).

Serena mantém-se na corrida para alcançar outro feito que só Steffi Graf conseguiu na Era Open: vencer todos os quatro títulos do Grand Slam na mesma temporada. Em 1988, então com apenas 19 anos, a germânica venceu não só o Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e o US Open como… os Jogos Olímpicos de Seul. Para já, Williams está perto do segundo “Serena Slam” (vencer os quatro Majors): só lhe falta Wimbledon. Entre Roland Garros 2002 e Australian Open 2003 ganhou igualmente todos os Grand Slams de forma consecutiva.

O encontro: 6-3, 6-7(2) e 6-2

Quem pagou bilhete para a final feminina de Roland Garros terá dado o dinheiro por muito bem gasto. Serena Williams resistiu a Lucie Safarova por 6-3, 6-7 e 6-2, em 2h03, naquela que foi uma das finais femininas em torneios do Grand Slam mais interessantes dos últimos tempos.

Depois de ter perdido vários primeiros sets ao longo do torneio e de uma véspera de final na cama, sem treinar, devido a uma gripe, Serena fez questão de entrar forte no encontro e dominou por completo as operações durante um set e meio. A americana serviu bem, movimentou-se como nunca a vimos neste torneio, falhou pouco e chegou rapidamente à vantagem de 6-3, 4-1, com dois breaks…

No sexto jogo do segundo set a tendência do encontro mudou. Williams cometeu três duplas faltas, foi quebrada pela primeira vez e Safarova animou e subiu o nível. O ponto alto da exibição de Safarova aconteceu no tiebreak, onde não deu qualquer chance à americana, vencendo o seu sexto (em seis) “Jeu Décisif” da competição.

Safarova transportou o ascendente para o início do terceiro set, abriu a vantagem de 2-0, mas o segundo jogo do terceiro set foi o último que venceu. A americana manteve-se calma, reencontrou o seu serviço e impôs toda a sua experiência na reta final, fechando o encontro com um sempre impressionante “pneu moral”.

Os discursos:

Serena Williams

“Primeiro que tudo obrigado ao meu Deus, sem ele nada era possível. Agradeço à minha equipa porque sem ela nada disto seria possível. Tudo isto é magnífico para mim. Este torneio é muito especial e ganhá-lo três vezes é incrível.”

Lucie Safarova

“Serena, foste fantástica. És uma grande lutadora e uma jogadora fantástica. Foram duas semanas incríveis para mim. Um grande obrigado à minha equipa técnica, aos meus amigos, à minha família. Têm estado comigo nos bons e maus momentos. Obrigado a toda a organização e a todas as pessoas que tornam este torneio possível.”

Os rankings

Com este resultado, Serena Williams aumenta ainda mais a sua vantagem no topo do ranking mundial. A norte-americana vai somar na segunda-feira 11,191 pontos, mais de 4000 de vantagem em relação à segunda classificada, que passará a ser Petra Kvitova. A checa regressa ao seu melhor ranking de sempre, em vésperas de defender o título em Wimbledon.

Lucie Safarova entra pela primeira vez top-10 do ranking WTA, diretamente para o sétimo lugar. A checa poderia ter subido ao sexto posto com um título em Paris. Eugenie Bouchard e Andrea Petkovic, semifinalistas em 2014 e eliminadas cedo na prova, abandonam o top-10.

1. Serena
2. Kvitova
3. Halep
4. Sharapova
5. Wozniacki
6. Ivanovic
7. Safarova
8. Makarova
9. Suárez Navarro
10. Kerber