Boris Becker: «Djokovic é o melhor da história, de forma muito clara»

Por José Morgado - Novembro 2, 2025

Boris Becker voltou a dar que falar com declarações marcantes sobre o jogador que mais o marcou como treinador: Novak Djokovic. O antigo tenista alemão, que orientou o sérvio entre 2013 e 2016, revelou detalhes inéditos sobre a parceria que resultou em alguns dos melhores anos da carreira do número um mundial.

“Comigo, ele ganhou tudo. Ajudámo-lo a encontrar razões para continuar a vencer”, começou por explicar Becker, em entrevista ao podcast High Performance. “Novak já ganhava, mas por vezes demorava quatro ou cinco horas para o fazer. Quando comecei a treiná-lo, ele tinha perdido o número um para o Nadal porque ficou exausto numa meia-final. Então percebi que precisava de mudar o seu estilo e a sua técnica para ganhar mais rapidamente. Fiz com que jogasse mais perto da linha de fundo — antes, ele estava sempre muito atrás no court.”

Becker destacou também o trabalho feito no serviço: “Para jogar mais perto da linha, é preciso uma técnica mais rápida e mais fluida. Além disso, ensinei-lhe a importância do serviço. É o único golpe que não depende do adversário — tu decides como e onde serves. Se o teu serviço é bom, ganhas pontos mais depressa e poupas energia. Ele percebeu que, se chegasse às meias-finais de um Grand Slam com duas horas a menos nas pernas, as hipóteses de vencer aumentavam. É o melhor da história, de forma muito clara.”

O alemão sublinhou ainda o caráter especial do sérvio: “Novak tem um espírito diferente. Vem de um país em guerra e teve de superar muitos obstáculos. Tudo o que conquistou — 24 Grand Slams e todos os recordes possíveis — deve-se à sua força e personalidade.”

Por fim, Becker acredita que o reconhecimento público de Djokovic está a crescer: “Ele conquistou o respeito que sempre mereceu. Se continuar a jogar mais um ou dois anos, será o tenista mais popular de todos os tempos.”

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com