Djokovic deixa elogios a Sabalenka: «Adoro a sua personalidade»

Por Rodrigo Caldeira - Julho 2, 2025

Foi com um pequeno susto, mas Novak Djokovic já está na segunda ronda de Wimbledon. O sérvio passou por alguns momentos difíceis frente a Alexandre Muller, sobretudo num segundo set complicado, onde teve 11 oportunidades de break e não conseguiu converter nenhuma…

No total, foram quase três horas e meia de jogo para um Djokovic que até acusou algum desconforto físico, com problemas no estômago. O sérvio precisou da assistência médica, mas a situação não se agravou e conseguiu fechar o encontro sem grandes dificuldades.

SOBRE O ENCONTRO 

“Foi ótimo ter conseguido a vitória, mas passei de sentir-me no meu melhor e a jogar o meu melhor ténis no primeiro set, a ter muitas oportunidades de break no segundo e, de repente, sentir-me no meu pior em muito tempo. Tive problemas de estômago. A minha energia caiu por completo. Tentei apenas sobreviver em campo durante um tempo. Depois de um bocado, a energia voltou e consegui voltar a jogar bem do fundo do court, como no primeiro set. Dou todo o mérito ao Muller pelo que fez no segundo set, mas saio contente com a forma como joguei sempre que me senti bem em campo”.

O TREINO COM SABALENKA 

“Foi a primeira vez que treinei com ela. Diria que todo o sucesso que tiver daqui para a frente devia ser atribuído a mim (risos). Agora a sério, temos uma excelente relação. Sei que tem uma grande equipa à sua volta. Não me surpreende que esteja a ter tanto sucesso. Adoro a personalidade dela, a forma como equilibra o que está fora do court com os seus interesses, e como liberta toda a garra quando está a competir. Merece ser a número 1, é muito consistente”.

“Depois do treino, ela perguntou-me algumas coisas. Fico sempre contente por poder partilhar algo com outros jogadores. É algo que já fiz muitas vezes com colegas meus. O que falámos fica entre nós, e espero que lhe tenha sido útil, mesmo que já o tenha ouvido antes, talvez ouvir de mim tenha outro impacto. Sinto-me honrado por a número 1 do mundo vir ter comigo e pedir conselhos. É um privilégio estar nesta posição”.

PRIMEIRO CONTACTO COM A RELVA 

“Nunca joguei o torneio de juniores aqui. Qualifiquei-me pela primeira vez em 2005. Foi também a primeira vez que treinei com o Marian Vajda. Lembro-me de jogar em Roehampton, na fase de qualificação. Consegui apurar-me vencendo o Wesley Moodie. Os meus pais vieram, os meus irmãos… todos, porque Wimbledon sempre foi um torneio especial para mim. Sempre quis jogar o quadro principal. Foi especial porque ganhei algumas rondas e entrei, pela primeira vez, no top 100. Para mim, a relva pareceu uma superfície natural para me adaptar, apesar de ter crescido a jogar em terra batida”.

“Pelos meus resultados, pode-se dizer que Wimbledon e o Open da Austrália estão taco a taco como os meus melhores torneios. Sempre adorei jogar em relva. Adapta-se muito bem ao meu estilo de jogo. Não sou naturalmente um jogador de serviço-e-volley, mas gosto de variar. A relva obriga os jogadores a serem mais agressivos. Sempre que venho aqui, sinto que jogo o meu melhor ténis porque adoro cada dia que passo em Wimbledon”.

PRÓXIMO ADVERSÁRIO 

“É um tenista muito talentoso. Um grande competidor. Acredita sempre em si próprio. Jogar contra um britânico aqui nunca é fácil. Já faz muito tempo desde a última vez que jogámos. A única vez que nos defrontámos, ele ganhou, em Monte Carlo. Usa muito o slice, e isso pode beneficiá-lo na relva, porque a bola fica muito baixa. Também consegue servir e subir à rede. Bloqueia bem a bola, entra em court, varia o ritmo. É um adversário complicado. Nunca queres tê-lo na tua parte do quadro nas primeiras rondas”.

Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.