Borges orgulhoso: «Mentalmente dei-me chance de dar a volta e vencer»

Por José Morgado - Maio 26, 2025
Borges

PARIS. FRANÇA. Nuno Borges qualificou-se este domingo de forma épica para a segunda ronda de Roland Garros. O maiato de 29 anos virou de 0-2 abaixo em sets e explicou-nos no final do encontro aquilo que sentiu.

VIRAR DE 0-2 ABAIXO EM CIRCUNSTÂNCIAS DURAS

O público não foi por aí além. De vez em quando sentia o peso dos cânticos mas como nos os percebia tentei usá-los para mim e desfrutar da atmosfera. Estou muito contente não só por ter vencido mas por mentalmente ter-me dado chances de ir buscar um encontro destes. Isso às vezes vale mais do que a vitória em si.

ADVERSÁRIO SURPREENDEU-O BASTANTE

Ele surpreendeu-me em muitas jogadas. Não joga nos padrões normais e faz coisas que na minha cabeça não fazem sentido. Ele esteve estado de graça, talvez embalado pelas vitórias no qualifying e pelo apoio do público. Há dias assim e fiquei feliz por ter conseguido vencer.

CLIQUE? NÃO HOUVE

Não houve clique para virar. Foi uma luta até ao fim. O ascendente vai mudando, ele nalgum momento tem de assumir e eu fiquei mais cansado. Quando comecei a ficar mais cansado, comecei a arriscar mais, a servir melhor e a jogar melhor. Isso ajudou-me e passou a pressão para o lado dele.

MAIS FELIZ OU ALIVIADO? 

Alívio gigante especialmente pela forma como acabou. Eu estava ‘à rasca da perna’, passámos o dia inteiro à espera para jogar. A espera foi longa e tudo isso ajudou. E depois ali no final precisei de muitos match points e isso naturalmente aumentou a ansiedade.

BOM TER DOIS DIAS DESCANSO

São ótimas notícias. Eu gosto de começar os torneios cedo. Para mim é mais importante recuperar do que preparar. Há dois anos também joguei com o Isner ao domingo, tive dois dias de descanso e na quarta estava muito cansado na mesma, mas desta vez vou tentar aprender com erros anteriores.

Até ao fim! Nuno Borges celebra reviravolta histórica e avança em Roland Garros

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com