Alcaraz: «É preciso talento mas sem trabalho árduo não vale de nada»

Por Nuno Chaves - Maio 22, 2025
Foto: EPA

Carlos Alcaraz já está em Paris para tentar defender o título alcançado na última época em Roland Garros e esta quinta-feira até já treinou com Jack Draper.

Enquanto não começa a competição, o espanhol aproveitou para falar com os meios de comunicação do Grand Slam parisiense onde abordou o seu gosto pela terra batida e para recordar que apesar do talento… sem trabalho nada se conquista.

DE VOLTA A ROLAND GARROS, UM TORNEIO ESPECIAL

Ocupa um lugar muito especial para mim. Vi muitos tenistas espanhóis a jogarem lá, incluindo o Rafa Nadal. Lembro-me de, em criança, correr para casa depois da escola para ligar a televisão e tudo o que queria era passar a tarde a ver os jogos. Tinha 11 anos quando joguei pela primeira vez em Roland Garros. Depois, podia ir ver os encontros e, se não me engano, o primeiro jogador que vi foi o Richard Gasquet. Lembro-me de pensar: ‘Um dia, estarei aqui’. Ganhei experiência, vivi momentos inesquecíveis em campo e, no ano passado, a vitória final. Foi incrível, um sonho tornado realidade.

TALENTO É IMPORTANTE… MAS NÃO É TUDO

Trabalhei muito, mesmo muito, para chegar até aqui. É preciso talento, claro, mas sem trabalho árduo não vale de nada. Durante anos trabalhei e sacrifiquei muita coisa em jovem para alcançar o meu objetivo, realizar os meus sonhos, tornar-me jogador profissional. Acho que o segredo está em investir todo o tempo e energia que for preciso em campo e crescer rodeado das melhores pessoas possíveis. Estar bem acompanhado faz toda a diferença, e acho que foi isso que consegui. Estou rodeado de grandes pessoas, profissionais, que me ajudam a ser um melhor jogador e uma melhor pessoa. Os meus pais também tiveram um papel fundamental.

COMO DAR A VOLTA AOS MAUS MOMENTOS

Quando bati no fundo, quando perdi encontros que queria mesmo ganhar, foi como levar uma chapada daquelas. Graças aos que me são próximos, consegui sempre dizer a mim próprio: ‘Ok, estou onde sempre sonhei estar desde criança. Por isso, não há razão para ficar irritado nem tempo a perder com frustrações. É seguir em frente e aproveitar o momento.’ Essa é a minha mentalidade e devo grande parte dela às pessoas que tenho ao meu lado.

TERRA BATIDA, MELHOR SUPERFÍCIE?

Não diria que é a minha superfície favorita (risos). Acho que prefiro o piso rápido, mas cresci a jogar em terra batida. Quando comecei, só queria jogar em terra. Só pisei um court rápido aos 11 ou 12 anos. A terra batida tem sempre um significado especial para os jogadores espanhóis. Consegui melhorar o meu jogo nesta superfície, sinto-me bem nela e o meu estilo de jogo adapta-se. Adoro todos os encontros que disputo em terra batida e, assim que a temporada termina e passo para a relva, já tenho saudades.

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.