Ruud: «Roma é drasticamente mais lento do que Madrid»

Por José Morgado - Maio 11, 2025

ROMA. ITÁLIA. Casper Ruud, o campeão de Madrid, entrou com uma boa vitória no ATP Masters 1000 de Roma, ao bater o cazaque Alex Bublik, mas no final do encontro destacou a “brutal diferença de condições de jogo”.

ESTREIA FRENTE A BUBLIK

“Conseguiu fazer um break muito cedo e já sabemos como é este jogador quando está inspirado — é realmente difícil pará-lo, alguém capaz de realizar os golpes mais espetaculares que se podem ver num court de ténis. Por outro lado, também sabemos que vai cometer alguns erros, por isso é preciso manter a concentração e estar focado nos teus objetivos. Pode parecer simples visto de fora, mas muitas vezes é complicado. Às vezes até parece que está a brincar contigo, e é aí que o público também tem um papel fundamental. Felizmente, quando chegámos ao terceiro set, consegui quebrar-lhe o serviço e isso foi suficiente.”

SÓLIDO E AGRESSIVO… AO MESMO TEMPO

“Tudo gira em torno do plano principal e do plano secundário. A minha filosofia diz-me que é preciso sempre devolver mais uma bola, porque nunca se sabe o que pode acontecer — digamos que é a minha forma mais tradicional de jogar. Mas há alturas em que o próprio jogo convida a ser um pouco mais agressivo, seja pelo tipo de adversário, seja pelas condições do court. Há momentos em que se sente mais o medo de perder, mas também há outros em que estamos mais libertos da pressão. O que vejo é que o meu jogo está sempre preparado para competir contra qualquer adversário. Também não quero ser demasiado defensivo, porque depois basta cometer um erro simples para se achar que é o fim do mundo.”

ADAPTAÇÃO A ROMA

“As condições aqui são drasticamente mais lentas do que em Madrid, acho que todos os jogadores te diriam o mesmo. Às vezes é curioso ouvir como os tenistas têm opiniões diferentes sobre quais os courts rápidos ou lentos, mas aqui penso que estamos todos de acordo: Roma é muito mais lento do que Madrid. Todos precisamos de nos adaptar, embora se possa dizer que esta é a terra batida ‘normal’; a de Madrid é que é mais invulgar. Depois de alguns dias de descanso, comecei a treinar na quarta-feira até disputar esta primeira ronda. Amanhã volto a descansar e espero estar pronto para segunda-feira.”

SEMANAS EM MADRID

“Tentei retirar as coisas positivas da final, mais do que pensar no troféu ou em tudo o que foi conquistado. Considero que joguei ali o meu melhor ténis desta temporada — colocava cada bola muito perto do alvo. Mas é realmente difícil voltar a esse momento e refletir sobre o que fiz exatamente para que tudo corresse tão bem ou como encontrei a forma de mostrar a minha melhor versão num determinado jogo. É evidente que esse torneio representa uma base tremenda para esta fase da época em terra batida, e vou tentar focar-me muito nesta semana, porque é isso que me vai permitir voltar a atingir esse nível de rendimento. Como já disse, prefiro concentrar-me mais nos jogos em si do que na conclusão que é levantar o troféu.”

BERRETTINI NA TERCEIRA RONDA…

“Para o circuito, é uma alegria ver o Matteo de volta, uma pessoa que sofreu muitos contratempos, tanto dentro como fora do court, nos últimos três anos. Sabemos que, se estiver livre de lesões, é um jogador com potencial para estar no top 10 — um atleta com muitas armas que o tornam temível, mas que não tem tido muita sorte ultimamente. Claro que temos de falar do seu serviço e da sua direita, as suas duas maiores armas, e nesse sentido temos um estilo de jogo algo semelhante, embora ele seja bastante mais alto. Vai ser uma grande batalha. Lembro-me de que, na altura da COVID, calhou jogarmos aqui, mas foi tudo muito diferente — quase não havia público nas bancadas e toda a gente usava máscara. Era uma atmosfera muito estranha.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com