Sinner: «Passei noites sem dormir, percebi quem são os meus verdadeiros amigos»

Por Nuno Chaves - Dezembro 4, 2024
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Corinne Dubreuil/ATP

O ano de 2024 foi para Jannik Sinner recordar em todos os aspetos, não só pelos títulos intermináveis mas também pelo caso de doping, que acabou por marcar a temporada.

Agora é tempo de refletir e analisar aquilo que foi feito. Foi isso mesmo que o número um mundial fez, em entrevista ao Esquire Australia.

ÉPOCA MARCADA PELO DOPING

Foi uma época dura. Não podia falar disso com ninguém. Não podia pedir ajuda. Todos os que me conheciam e me viam jogar percebiam que se passava algo. Passei noites sem dormir, porque apesar de estares seguro da tua inocência, sabes que estas coisas são complexas. Todos disseram a verdade imediatamente e isso permitiu-me jogar. Em Wimbledon estive contido. Mesmo depois, a minha sensação com as pessoas era de medo. Fui treinar no clube de Cincinnati e pensei: ‘Como me vão olhar? O que pensam realmente de mim?’ Percebi quem são os meus verdadeiros amigos. 

ANO DE CRESCIMENTO

Cresci muito este ano, tanto mental como fisicamente. Os resultados que se vêm não são do acaso. São fruto do trabalho que realizámos durante os últimos dois anos. Sou filho de um chefe e sei que não se começa a cozinhar um bom prato nuns minutos. Há que estudar, compreender, provar e voltar a provar. Só assim o prato final será bom.

CONTROLAR OS NERVOS

Aceitei-me a mim mesmo. Fiquei mais maduro, compreendo-me mais. Pode parecer uma estupidez mas conhecer-nos a nós próprios é fundamental. Trabalhei muito com um psicólogo desportivo. Às vezes perdia encontros porque gastava muita energia, começavam as cãibras, as dores. Mas quando comecei a admitir que errava, dei pequenos passos à frente. No encontro é mais fácil, esqueço o erro com mais facilidade. No treino procuro melhorar rapidamente. Isso é um erro. 

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.