Ljubicic e o adeus de Nadal: «É difícil de entender que não vá jogar o próximo Roland Garros»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Novembro 7, 2024

Ivan Ljubicic viveu de perto a geração do Big Three e sabe o que implica defrontar Rafael Nadal em Roland Garros. Por isso mesmo, o croata lamenta que Rafa não jogue uma vez mais em Paris, embora entenda o fim de carreira do espanhol. Por outro lado, o antigo tenista, que agora trabalha com a Federação Francesa de Ténis, também olha para a nova geração do ténis gaulês com muitas expectativas.

FIM DE CARREIRA DE NADAL

Surpreendeu-me o momento em que Nadal anunciou a retirada. Claro que posso entender, não é essa a questão, mas Rafa Nadal é Roland Garros e ver que não vai jogar o próximo Roland Garros é difícil de entender. Os campeões como ele jogam para ganhar e não para participar. Não sei exatamente qual é o seu nível de jogo e a sua condição física atual, mas não é aquela a que estávamos habituados e que lhe permitia ser competitivo a um nível altíssimo. Mas fico feliz por vê-lo a terminar na Taça Davis, em casa.

EXPERIÊNCIA CONTRA NADAL E FEDERER

Jogar contra o Rafa no Philippe Chatrier é difícil, uma experiência traumática. Nunca defrontei Federer em Wimbledon, mas defrontámo-nos muitas vezes e era complicado porque tinha todo o tipo de soluções. O ténis de Nadal é bastante simples a nível tático, mas impossível de controlar, sobretudo pelo top spin. Do Roger vinham diferentes soluções táticas em cada encontro, era muito complicado.

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NOVA GERAÇÃO FRANCESA

Se olharmos para a geração anterior, tenho a sensação de que Gilles Simon maximizou por completo o seu potencial, mas acho que Gael Monfils podia ter feito algo mais. Todos sabemos o talento que Richard Gasquet tinha com 14, 15 ou 16 anos. Teve uma carreira fantástica, mas sinto que também podia ter chegado mais longe. Jo-Wilfried Tsonga alcançou quase 100% mas teve problemas físicos. A geração que temos agora com Arthur Fils, Mpetshi Perricard, até Moise Kouame, com quem falo muito… São diferentes. Vão dar tudo, vão chegar ao seu limite e espero que seja um nível muito, muito alto.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt