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Matilde Jorge vence, Falcão retira-se e Araújo e Rocha ameaçam grandes vitórias no Lisboa Belém Open
Matilde Jorge contrariou a maré e assinou a única vitória portuguesa na jornada inaugural da oitava e mais importante edição do Del Monte Lisboa Belém Open, o torneio combinado (ATP Challenger 100 e ITF W75) que a Federação Portuguesa de Ténis e a MP Ténis organizam no Club Internacional de Foot-Ball, entre 22 e 29 de setembro, com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Belém.
Recém-chegada das Caldas da Rainha, onde menos de 24 horas antes terminou o ITF W100 daquela localidade como vice-campeã de pares ao lado da irmã mais velha, Matilde Jorge não facilitou na adaptação do piso rápido à terra batida e entrou a ganhar na fase de qualificação.
A atravessar a melhor fase da carreira, a tenista portuguesa de 20 anos celebrou a 10.ª vitória individual do último mês ao aplicar os parciais de 6-4 e 6-3 à lituana Iveta Dapkute (794.ª WTA), de 31 anos.
“Hoje, em pontos mais equilibrados, senti algumas vezes que o físico não estava tão bom, mas isso é porque a terra batida é uma superfície mais exigente e desta vez não tive uma semana de adaptação porque tenho feito mais encontros”, considerou Matilde Jorge. Antes, já tinha admitido ter-se sentido “a patinar” depois de uma “adaptação difícil” a uma superfície que é “mais exigente na deslocação e no deslizar” e que a fez perder alguma qualidade nas pancadas até conseguir cumprir o grande objetivo do dia.
O encontro deste domingo foi o último de Matilde Jorge antes da entrada no top 400, que será concretizada na segunda-feira graças aos resultados alcançados em Leiria (campeã) e Santarém (semifinalista).
Nessa jornada, a vimaranense discutirá a passagem ao quadro principal com Oleksandra Oliynykova, ucraniana de 23 anos que está na 325.ª posição da hierarquia e não sentiu dificuldades (6-0 e 6-0) no encontro com Lena Couto.
Cara a cara com uma vaga na ronda de acesso ao quadro principal esteve também Maria Garcia. De regresso ao circuito profissional depois da participação no Campeonato da Europa de Sub 18, a jovem portuguesa de 17 anos (1295.ª WTA) liderou por 6-2, 2-0 e sobretudo por 6-2, 2-6 e 5-0 com dois match points frente à letã Diana Marcinkevica (375.ª), de 32 anos, mas perdeu sete jogos consecutivos e viu fugir aquele que seria o primeiro triunfo contra uma top 400.
Antes, Maria Pinto (6-0 e 6-1 para Francesca Curmi), Analu Freitas (6-0 e 6-0 favoráveis a Anouk Koevermans), Amália Suciu (6-0 e 6-3 para Amarissa Kiara Toth) e Angelina Voloshchuk (6-2 e 6-3 a favor de Angela Fita Boluda) já tinham concluído as respetivas campanhas e no final do dia também Mariana Paciletti Costa (6-1 e 6-0 para Gabriela Cé) encerrou a participação neste Del Monte Lisboa Belém Open, o quarto como torneio combinado.
No torneio masculino, a jornada foi totalmente negativa para a comitiva nacional, que assim ficou reduzida aos cinco — Henrique Rocha, Jaime Faria, Gastão Elias, Frederico Silva e Duarte Vale — já assegurados no quadro principal.
Logo pela manhã, Tiago Pereira (529.º ATP) passou ao lado do encontro com Elmer Moeller (246.º) e cedeu por 6-2 e 6-1 em apenas 51 minutos de um duelo em que nunca encontrou um antídoto para o ténis chapado do dinamarquês, assoberbado de confiança na sequência da primeira final Challenger da carreira.
Seguiu-se a despedida de Gonçalo Falcão. Aos 36 anos e verdadeiramente em casa, no Club Internacional de Foot-Ball que desde pequeno o viu de raqueta na mão e sob o olhar atento de muitos familiares e amigos, o último singular da carreira do cascalense não teve história e terminou com os parciais de 6-1 e 6-0 favoráveis a Martin Klizan. O eslovaco está no 315.º lugar do ranking, mas chegou a ser 24.º e conta com seis títulos ATP no currículo — de longe o mais impressionante entre todos os participantes neste Del Monte Lisboa Belém Open.
Homenageado pela MP Ténis e pelo CIF, onde dentro de poucas semanas abraçará a carreira de treinador, o mais velho dos tenistas portugueses ainda no ativo encerrará a campanha após a participação na variante de pares, ao lado do amigo Gastão Elias.
Os restantes encontros da jornada com tenistas lusos envolvidos foram pautados pelo equilíbrio. João Domingues (571.º ATP e ex-top 150) não evitou a quinta derrota em cinco encontros com Carlos Taberner (210.º e ex-85.º), mas complicou a tarefa ao recém-finalista da CT Porto Cup antes de perder pelos parciais de 7-5 e 6-3 num embate em que desperdiçou sete de 10 pontos para quebrar o serviço ao primeiro cabeça de série do qualifying.
Depois, Pedro Araújo (507.º ATP) ficou muito perto de uma das maiores vitórias da carreira ao perder por 0-6, 7-5 e 6-2 com Dennis Novak (240.º, ex-85.º) após liderar com um set e um break de vantagem frente ao austríaco. Semelhante oportunidade teve Francisco Rocha (710.º ATP), que ficou a poucos pontos da segunda maior vitória da carreira ao perder por 4-6, 7-6(3) e 6-4 com Daniel Rincon (274.º) em 2h41. O portuense deixou escapar sete das nove oportunidades de break.
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