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Após entrar no quadro principal, Jaime Faria confessa: «É aproveitar, desfrutar, mas manter os pés assentes na terra»
ESTORIL, Portugal. Um dia que não vai esquecer. Jaime Faria, atual 287º classificado do ranking mundial, garantiu este Domingo a passagem ao quadro principal do Millennium Estoril Open, naquela que é a sua primeira prestação em torneios de categoria ATP.
Após o encontro, Jaime Faria falou aos jornalistas e comentou as primeiras sensações após a vitória: “Não tenho muitas palavras. Acho que é um momento incrível, um grande começo de época, não só o Estoril, mas acho que isto é um prémio que tenho desse começo de época e do trabalho que fiz no final do ano passado. É incrível. O público que esteve hoje… Foi emoções que nunca tinha sentido antes. É aproveitar, desfrutar, mas manter os pés assentes na terra porque amanhã ou terça-feira tenho de jogar outra vez. Não sei se no court principal, mas espero que sim. Acho que estou bem preparado e tenho de continuar a dar o meu melhor.”
O encontro não foi fácil, principalmente o segundo set, que teve muita oscilação no resultado e que chegou a ser interrompido pela chuva: “Ele jogou bem no final do segundo set, ele teve mérito na maneira como fechou. É verdade que eu estava um bocadinho nervoso no tie break, tive ali uns dois ou três erros que ele não me forçou a fazer ,mas a verdade é que ele estava lá e no início do terceiro set foi ali meio complicado, não sei se cheguei a ter break abaixo no inicio do terceiro set mas tive ali um 40-40, e acho que me aguentei bem. Estava focado ponto a ponto, não tanto a pensar no que podia acontecer, mesmo que levasse um break inicial. Aguentei-me bem, tive de meter uma mudança acima. Sabia que com aquela troca de bolas podia entrar bem e fazer o break, acho que tive bem, consegui implementar um bocadinho do meu jogo. Porque aqui, apesar de ter entrado no quadro, não me sinto a jogar o meu melhor ténis, o que é bom, portanto ter coisas a melhorar e preparar para o próximo jogo”
Jaime Faria tem estado a desfrutar o torneio, que nem reparou que para além de garantir a passagem ao quadro principal, também alcançou a sua melhor vitória em termos de ranking: “Não sabia [o ranking do Lukas], é a melhor vitória então. Normalmente eu sei sempre essas coisas, mas aqui é o Millennium Estoril Open, estou um bocadinho mais despassarado, mais deslumbrado, mas já estou a conseguir separar bem as coisas no momento em que entro para o campo e é só mais um adversário. Neste momento já estou no duzentos e oitenta e tal [do ranking], portanto tenho de começar a bater com estes jogadores se quero subir no ranking, e para jogar estes torneios tenho de ganhar a estes jogadores. É a minha melhor vitória, mas para ganhar amanhã ou terça a primeira ronda to quadro, acho que apenas o João Fonseca não tem melhor ranking que eu. Tenho que estar focado em mim.”
Na primeira ronda do quadro principal, Jaime Faria pode vir a enfrentar Nuno Borges, Dominik Koepfer, Constant Lestienne ou João Fonseca. Será que há preferência para adversário? “Ainda não pensei muito nisso. Uma coisa é certa, o Nuno, eu não gostava de defrontar, por ser o Nuno e é um grande amigo meu, treinamos juntos. É um adversário que eu não queria defrontar, mas se tiver que ser vamos a isso. Mas o Fonseca, o Koepfer, o Lestienne, são três bons jogadores. Mas ainda não pensei muito nisso, é esperar pelo quadro e preparar o jogo da melhor maneira”
E objetivos para o ano? “É sempre muito complicado. Eu costumo dizer que no ténis é difícil colocar objetivos de ranking ou de vitórias de torneios, de títulos. Se me dissessem que à partida para o Algarve em seis torneios ia ganhar quatro, e os quatro de seguida, diria que talvez estejam a brincar comigo mas acho que isso foi tudo acontecendo a pouco e pouco, estando focado de jogo a jogo, e é isso que aqui também tentei fazer ontem e hoje. Estar focado jogo a jogo e no processo, não tanto no que pode acontecer, nos ses. Isso tem-me guiado de certa forma e também estou mais confortável dessa maneira, a preparar bem os jogos com o meu treinador, o Pedro, mas também o Rui, o Hugo, e a Neuza. É um começo de ano muito bom, eu que dizia sempre que não começava bem o ano”
Durante a conferência de imprensa, Jaime Faria também foi questionado sobre uma possível rivalidade com Henrique Rocha, que no ano passado também passou a qualificação e que este mês conquistou o primeiro título Challenger da carreira: “Eu acho que falam muito das rivalidades, mas é uma rivalidade saudável [com o Henrique]. Eu quando vejo o Henrique a ganhar um Challenger, estou muito feliz por ele, mas também quero seguir as passadas dele e quero atingir os patamares que ele chega. Eu sei o que é que ele faz, eu sei como ele trabalha, eu credito que também consigo lá chegar. É especial. É verdade que está-nos a correr bem a carreira neste momento, os momentos mais complicados hão de chegar, faz parte de todas as carreiras. Mas acho que estamos a lidar bem com esta questão de um estar bem, depois o outro. E o Henrique ajuda-me imenso. A minha primeira ronda foi com o Valkuzs, que ele jogou o ano passado na ronda de passagem deste Millennium Estoril Open. Portanto estamos sempre a partilhar ideias, ele disse-me o que é que sentiu quando entrou no estádio, o que tinha sentido quando estava a ganhar um set a zero, quando estava a servir para fechar. Entrei com uma cábula, foi mais fácil, mas é bom estar a seguir as passadas largas do Henrique. É especial estarmos a evoluir os dois a um bom ritmo.”
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