Ruud: «Sousa pode jogar como um top 30 ou top 20»

Por Susana Costa - Abril 5, 2023

Casper Ruud, número cinco mundial, fez valer o seu favoritismo diante de João Sousa, carimbando a passagem aos quartos-de-final em três partidas, mas os elogios ao jogador português não faltaram à saída do Court Millennium, após o triunfo. O norueguês somou a sua 100.ª vitória da carreira e assumiu igualmente que esta foi uma das suas melhores exibições de uma temporada que tem sido difícil.

COMEÇO DIFÍCIL E REVIRAVOLTA

Não comecei bem, de todo. Foi bastante desafiante. Com o sol e a sombra parcialmente no court, eu não consegui uma boa coordenação e uma boa profundidade. Foi difícil ver bem a bola e talvez por isso tenha dado madeiradas atrás de madeiradas no primeiro set. Depois do sol ‘estabilizar’, as condições tornaram-se mais fáceis. Consegui encontrar o meu ritmo e fui jogando cada vez melhor ao longo do encontro. Depois de perder o primeiro set, julgo que ganhei 11 dos 13 jogos seguintes, o que foi um bom sinal para mim.

João Sousa faz exibição muito positiva mas cede para Ruud no Estoril Open

MELHORES SETS DA TEMPORADA

Para ser sincero, vou tentar esquecer o primeiro set de hoje e pensar que joguei dois excelentes parciais. No final, tive dificuldades, fui quebrado, mas devolvi o break para fechar o encontro. Senti-me bem em court. Obviamente, é bom estar de regresso à terra batida. A atmosfera no court central é muito boa para um [ATP] 250. Hoje, estava cheio, porque eu estava a jogar com o João, e podemos perceber  a influência que ele teve neste ambiente tenístico, aqui, em Portugal. Foi espetacular. São sempre desafios difíceis contra ele, ele traz muita intensidade e ‘fogo’ para o court. Tinha de estar preparado para isso e estou orgulhoso por ter conseguido uma reviravolta frente a ele.

SOUSA VALE MAIS DO QUE O RANKING

Ele é um jogador que esteve no top 100 durante anos e anos. Mesmo que o ranking dele não diga que ele é top 100, ele ainda tem potencial para jogar como um jogador do top 50, do top 30. Em algumas semanas da temporada passada, ele saiu-se mesmo bem. Ganhou um torneio em Pune, segundo me lembro, e esteve na final em Genebra. Sinceramente, ele devia ter vencido esse encontro, serviu para fechar o encontro, esteve muito perto de mim. Tive muita sorte em Genebra. Ele é sempre um adversário duro. Não interessa se é 150.º ou 30.º do mundo, é sempre duro. Espero que fique [no circuito] por muitos anos, é muito bom tipo. Foi muito acolhedor comigo, aqui, no Estoril. Disse-me para para falar com ele, caso precisasse. É muito bom um adversário fazer isso.

Descobriu o que era isto das raquetes apenas na adolescência, mas a química foi tal que a paixão se mantém assolapada até hoje. Pelo meio ficou uma licenciatura em Jornalismo e um Secundário dignamente enriquecido com caderno cujas capas ostentavam recortes de jornais do Lleyton Hewitt. Entretanto, ganhou (algum) juízo, um inexplicável fascínio por esquerdas paralelas a duas mãos e um lugar no Bola Amarela. A escrever por aqui desde dezembro de 2013.