Nadal: «Que fique claro que eu já não luto pelo número 1»

Por José Morgado - Novembro 1, 2022

Rafael Nadal está de volta ao court esta semana no ATP Masters 1000 de Paris e tem chances matemáticas de ultrapassar Carlos Alcaraz para voltar à liderança do ranking mundial. O maiorquino de 36 anos garante, no entanto, que essa ideia nem sequer lhe passa pela cabeça…

A LUTA PELO NÚMERO UM

“Estou orgulhoso de todas as coisas que conquistei e que ainda posso alcançar em 2022. Para deixar claro, entendo que esse seja o foco do ponto de vista jornalístico, mas não luto para ser o número um, apenas luto para ser competitivo em todos os torneios que jogo. Isso é algo que eu disse há muito tempo: não luto mais para ser o número um. Já fiz isso no passado, alcancei esse objetivo algumas vezes na minha carreira , em momentos muito felizes, mas agora estou num momento da minha carreira em que não luto mais para ser o número um. É óbvio que quando fui número um pela primeira vez na minha carreira, em 2008, eu queria estar lá, porque senti que em 2005, 2006, 2007 e 2008 estava a alcançar resultados incríveis, ganhando muitos torneios e com um grande número de pontos no ranking. No entanto, eu tinha alguém como o Roger Federer na minha frente. Hoje a história é totalmente diferente, não sei quantos torneios joguei, talvez uns dez, e só consegui terminar oito. É difícil ser o número um do Mundo assim, mas estou feliz por estar numa posição que mostra que, quando joguei, fui muito bem.”

NOVA VIDA COM UM FILHO EM CASA

“É diferente, é uma abordagem diferente. Honestamente, é sempre difícil sair de casa (risos), mesmo antes de ter um filho. É engraçado, é algo realmente incrível, ele só tem três semanas mas já sinto imenso a falta dele. É incrível, não é? É uma experiência nova, todas as mudanças são difíceis na vida e você precisamos de nos adaptar. No entanto, é verdade que temos sorte com a tecnologia hoje em dia, podemos fazer videochamadas sempre que quisermos, o que ajuda muito”.

COMO SE SENTE FISICAMENTE

“Não sei. Veremos como o corpo se comporta num nível competitivo. Em corpos mais velhos, como o meu, é fácil saber como estão as coisas quando estás a jogar torneios regularmente: quando vens de um período de tempo longe da competição, é difícil saber como o seu corpo se vai comportar. É claro que foi um ano incrível em termos de resultados, mas ao mesmo tempo foi complicado em termos de lesões. Estou animado por estar aqui. Vou fazer o meu melhor e depois aceitar as coisas como elas acontecerem. Espero estar pronto para amanhã, vou tentar ser competitivo. Vamos ver…”
Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com