Venus Williams recorda o dia em que descobriu que tinha uma doença rara: «Afetou-me muito»

Por Nuno Chaves - Outubro 13, 2022

Aos 42 anos, Venus Williams ainda se encontra no ativo mas o fim de carreira está cada vez mais perto e a norte-americana tem aproveitado para recordar várias fases da sua carreira, nomeadamente, um dos momentos mais complicados. E para isso temos de recuar até 2011.

Foi neste ano que a mais velha das irmãs Williams descobriu que tinha Síndrome de Sjogren, uma doença rara que consiste num distúrbio inflamatório sistémico e crónico, auto imune, cuja causa é desconhecida.

No seu canal do Youtube, Venus explicou como lidou com esta notícia. “É uma das muitas doenças auto-imunes que existem no mundo e que, ao dia de hoje, atinge cada vez mais as pessoas. Ainda que tenha esta doença há algum tempo, ainda tento abordá-la para seguir com a minha vida e fazer a minha vida desportiva da melhor forma possível, ainda que não tenha sido sempre fácil, mas isso faz parte do desafio”, contou.

“Um dos sintomas mais frequentes que sofri é ter sempre os olhos e a boca seca, é um sintoma diferenciador em comparação com outras doenças relacionadas. Muitos sintomas de outras doenças auto-imunes são dores de articulações e fadiga, apesar de também poder sofrer com Síndrome de Sjogren”.

Williams revelou ainda outra das complicações que enfrentou. “É muito difícil diagnosticar alguma coisa, conheço pessoas que estiveram quase sete anos até ter o diagnóstico. No meu caso, disseram-me muito antes, precisamente num dia onde fiquei muito doente momentos antes de disputar um encontro. Fui ao médico, disse que não estava bem, algo estranho, já que nós desportistas nos observamos e estudamos a cada dia. Precisamos de estar a 100%”, prosseguiu.

E apesar de, em alguns momentos, ter conseguido controlar a doença, noutros… foi complicado. “Afetou muito o meu trabalho. Não era capaz de jogar ténis, tinha de parar por completo quando tinha crises, cheguei mesmo a estar nove meses fora. Foi uma situação frustrante, queria dar o meu melhor mas não conseguia. É especialmente duro quando tens uma expetativa muito alta. Tive de aprender a acalmar, precisava de ter paz no dia a dia, havia coisas que tinha de me obrigar a fazer. Este doença, para o exterior, pode fazer parecer de que estás bem. Se estiver com uma boa cara, mais afinada, jamais diriam que tenho esta doença”, concluiu.

 

  • Categorias:
  • WTA
Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.