Ferrero: «O que o Alcaraz tem feito não me surpreende nada»

Por José Morgado - Agosto 18, 2021
Foto: ATP Tour

Juan Carlos Ferrero, antigo número um mundial, está de volta à ribalta agora como treinador na companhia da muito provável ‘Next Big Thing’ do ténis mundial: Carlos Alcaraz, um espanhol de 18 anos que já está às portas do top 50 ATP. Ferrero, que dirige a academia que onde Alcaraz foi treinar com 13 anos, assume que não está minimamente surpreendido com a evolução do seu jogador.

Na verdade não estou nada surpreendido com o ano do Carlos. No dia em que comecei a trabalhar com ele, percebi o potencial que tinha. Depois de toda a experiência que tive como jogador e como treinador, dá para perceber o quão rápido pode ser [para um jogador se desenvolver] ou não. No caso do Carlos, vi desde o início que tudo podia vir a acontecer muito rápido. Eu estava certo, e talvez seja por isso que não fiquei surpreendido com a forma como as coisas estão a correr com ele. [Estou] à espera a cada semana que chega que ele alcance coisas importantes porque sei do potencial que ele tem”, assumiu em entrevista ao ATP Tour.

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O espanhol falou ainda daquilo que têm sido as maiores evoluções no ténis de Alcaraz nos últimos meses. Acho que fisicamente ele mudou muito e isso é uma coisa muito importante para o seu aperfeiçoamento. O Carlos aguenta agora muito melhor os encontros. Lembro-me do terceiro set contra o Albert Ramos-Vinolas no Rio de Janeiro em que ele estava com cãibras e dizia-me que estava com o tanque vazio. Ele ganhou dois ou três quilos de músculo, ficou maior e tem muito mais confiança que pode enfrentar a partida com o mesmo nível de força contra qualquer adversário”.

Ferrero revelou também a caraterística que gosta mais no seu jogador. Ele é muito humilde, uma pessoa próxima. Posso dizer-lhe e fazer tudo com ele. Ele não é o tipo de pessoa que se concentra demais numa coisa e não quer fazer outras coisas, porque não é supersticioso. É muito fácil ir com ele a todos os lugares e, claro, às vezes, quando as coisas dão errado no court ou ele não faz as coisas que quer, fica furioso e tudo isso. Mas em situações normais, ele é um tipo muito humilde e muito natural.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt