Djokovic e Zverev de acordo: viajar é difícil e bolha ao estilo da NBA seria desejável

Por José Morgado - Fevereiro 16, 2021
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Novak Djokovic e Alexander Zverev passaram esta terça-feira pela sala de conferências de imprensa do Australian Open, depois do encontro entre ambos em Melbourne, para concordarem sobre um dos temas do momento no ténis mundial: a dificuldade que vários tenistas estão a ter para viajarem entre países e competirem livremente sem terem de se submeter a quarentenas obrigatórias.

O líder ATP e presidente da PTPA, associação de jogadores criada em agosto do ano passado, acredita que não há condições para o ténis manter o circuito como o conhecemos nos próximos meses. “Eu estou à espera de respostas em relação ao que vai ser o futuro da nossa temporada, mas não creio que cumprir quarentenas semana sim, semana não vá ser possível para nós. Os jogadores estão contra e preferem outro tipo de soluções, algo parecido com a bolha da NBA, por exemplo. Nesta fase, seria possível fazer uma série de torneios todos na mesma cidade, por superfície. Escolham umas cidades específicas e vamos para lá três ou quatro semanas. Depois paramos e vamos para outra. Aquilo que vamos encontrar na Europa é muito pior do que o que estamos a enfrentar na Austrália, onde apesar de tudo a pandemia está controlada”.

Zverev concorda com o líder mundial. “É muito difícil aceitar que o circuito aconteça como está previsto nesta altura. É difícil viajar, há jogadores de certos países que não podem entrar noutros. Eu preferia que fizéssemos tudo numa só cidade. E tendo em conta que as provas não vão ter público, pode criar-se formas de promover as cidades originais dos torneios mas jogá-los todos num local. Pinta-se o nome da cidade no fundo do court, decora-se o estádio, algo do género”.

Para já, recorde-se, o ATP tem calendário fechado até final de março, com as próximas semanas a levarem os jogadores a três continentes distintos, de Singapura ou Dubai (Ásia) a Acapulco (América), passando pelos habituais torneios indoor europeus de Montpellier, Roterdão e Marselha.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com