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Gastão Elias: «Não sinto que precise dos resultados do João para encontrar motivação»
Uma série de 11 vitórias, que resultaram em dois títulos consecutivos de categoria challenger em Lima e em Guyaquil, e uma subida de cerca de 50 posições no ranking mundial, em novembro, brindaram Gastão Elias com uma ponta final de 2015 repleta de sucesso. Uma excelente fase da carreira que, em entrevista ao “Bola Amarela”, foi abordada de forma muito positiva.
“Estava a jogar bem há algum tempo e sentia que as vitórias iam aparecer mais cedo ou mais tarde. A confiança foi um fator muito importante. Raramente perco encontros por falta de físico e o treino, juntamente com a vontade de ganhar, permitiu-me chegar a esse número de vitórias seguidas”, referiu o português, negando a hipótese de as performances de João Sousa, número um nacional, serem fonte de incentivo.
“Já tinha ganho torneios challenger e não sinto que precise dos resultados do João para encontrar motivação. Ele tem feito o percurso dele e com bastante sucesso. É, sem dúvida, o melhor português de todos os tempos até ao momento”, declarou Elias, que não pensa em ser o centro das atenções. “Nunca tive muitos problemas em lidar com isso, portanto não é algo que trave a minha evolução”, rematou.
«Entrar no top 100 é objetivo para 2016»
A colocar um ponto final às suas férias, em Miami, antes de dar início à pré-temporada, o jogador natural da Lourinhã deverá viajar até à cidade de Bradenton, na Florida, para “treinar na IMG [Academia de Nick Bolletieri] até mais ou menos dia 31 de dezembro”. Uma preparação para uma época na qual os principais objetivos passam por entrar nos 100 melhores do mundo.
“Vai depender um pouco do meu ranking mas o objetivo é jogar o maior número possível de provas ATP World Tour. Entrar no top 100 será um objetivo para 2016”, confessou o jovem que completou 25 anos há cerca de uma semana. Apesar de querer mudanças na classificação ATP, Gastão não pensa em fazer alterações naqueles que o acompanham profissionalmente.
“O Jaime [Oncins] ainda é o meu treinador, mas também tenho o Rodrigo Vallejo, da República Dominicana, a ajudar-me quando ele não pode. Tenho muita confiança neste treinador e conheço-o bem dos tempos em que vivi na Academia do Bollettieri (IMG). Por enquanto, não planeio mudar a minha equipa técnica, mas nunca se sabe o que nos espera no futuro”, ressalvou.
«Espero espalhar cada vez mais magia»
À procura de “aprender e melhorar” sempre que possível, Gastão Elias, atual 133.º classificado da hierarquia, defende que até os fãs podem empurrar um jogador para a ribalta do ténis mundial. “Acho que é importante ouvir a opinião de todos. Tanto os fãs como a família e os amigos podem ajudar. Espero espalhar cada vez mais magia até alcançar os meus sonhos e objetivos no ténis”, sublinhou.
Mas, por vezes, as dúvidas teimam em aparecer. Depois de ter protagonizado uma excelente carreira enquanto júnior, chegando a figurar na sexta posição da tabela classificativa na época de 2008, Elias admite não ter sido bem sucedido em algumas decisões que tomou ao longo da carreira. No entanto, estes percalços não anulam, de todo, os frutos que tem colhido nos courts.
“À medida que o tempo passa chegamos à conclusão de que o ténis é mais difícil do que achávamos. Poderia ter tomado uma ou outra decisão diferente na minha carreira, mas acho que ninguém toma todas as decisões certas. No entanto, não me arrependo, nem estou frustrado, com o percurso que tive até agora”, disse.
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