Koehler: «Foi a decisão mais difícil da minha vida, custou-me muito»

Por José Morgado - Dezembro 19, 2018

Maria João Koehler colocou um ponto final na carreira de tenista profissional, uma decisão que a deixa “triste”, mas diz-se preparada e motivada para iniciar novo desafio como treinadora na Academia de Rafael Nadal, em Maiorca.

“Foi a decisão mais difícil da minha vida. Custou-me muito, mas foi algo bastante pensado e ponderado. Causa-me muita tristeza, afinal foi a minha vida durante muitos anos e abdiquei de diversas coisas pelo ténis, algo que sempre me apaixonou. Mas senti que tinha de o fazer”, conta a jovem de 26 anos, que atingiu o seu melhor ‘ranking’ WTA de sempre (103.ª) em 2013, em declarações à agência Lusa.

Desde então, sofreu quatro intervenções cirúrgicas, uma ao pulso e três ao joelho direito, sendo que a primeira foi em 2015 e as outras duas no último mês de setembro, e nunca mais conseguiu voltar ao nível que a levou a ser considerada uma das melhores jogadoras portuguesas de todos os tempos.

“O motivo não foi só a lesão no joelho, embora nos últimos anos não tenha conseguido treinar a 100 por cento e jogar como queria. Tive algumas lesões que me limitaram, mas não terá sido só isso. Após a última operação não tinha garantias que voltaria a jogar a um bom nível, o que para mim seria andar no top-100 e jogar cerca de 30 semanas por ano, porque o meu joelho provavelmente não aguentaria e, por isso, senti que estava na hora de terminar a carreira e tomar um novo rumo”, explica.

Além de confessar que se sentia “cansada e desgastada física e mentalmente”, Maria João Koehler revela ter recebido uma proposta que a surpreendeu e entusiasmou, na sequência da conclusão do curso de Treinador Nível I, feito durante o período de recuperação à cirurgia em setembro, e de uma semana de aulas à experiência na Academia de Rafael Nadal.

“Estive em Maiorca uma semana em outubro e mais tarde, através do Nuno Marques [seu antigo treinador que trabalha na Academia de Rafael Nadal], perguntaram-me se estaria interessada em dar aulas. Tendo eu pouca experiência e querendo manter-me ligada ao ténis, não imagino melhor forma de começar este meu novo desafio”, concluiu a hexacampeã nacional absoluta (2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2016), natural do Porto.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com