Maria João Koehler termina carreira de jogadora e será treinadora na Academia de Nadal

Por José Morgado - Dezembro 18, 2018

Maria João Koehler, uma das melhores tenistas portuguesas de todos os tempos, decidiu colocar um ponto final na sua carreira de jogadora, aos 26 anos. A antiga número 102 mundial, que tem vivido anos de grandes dificuldades — especialmente físicas — optou por deixar de competir para se dedicar a cem por cento à carreira de treinadora, na Academia de Rafael Nadal, onde o seu treinador de sempre, Nuno Marques, também trabalha.

Chega ao fim a minha carreira como tenista. Não é fácil finalizar ciclos, especialmente quando este me deu tudo o que sou hoje. Muito mais do que um simples desporto, o Ténis foi a minha vida nos últimos 19 anos. Deu-me valores, disciplina e carácter. Deu-me a oportunidade de viajar o mundo a fazer o que mais gostava. Deu-me pessoas que mudaram a minha vida”, escreveu a portuense, numa longa e emocionada mensagem nas redes sociais.

Koehler explica depois o que vai fazer. “É hora de abraçar um novo e desafiante projecto, como treinadora, numa instituição de grande prestígio: Rafa Nadal Academy, em Maiorca. Vou-me dedicar a este novo projeto com a mesma garra e atitude com que sempre joguei, para vencer. Obrigada a todos aqueles que sempre estiveram comigo, nos bons e nos maus momentos. Não conseguiria agradecer a todas as pessoas importantes que passaram no meu percurso mas sei que sabem quem são.”

Múltipla campeã nacional em todos os escalões, Koehler andou às portas do top 100 entre 2012 e 2013, quando ainda muito jovem disputou o quadro principal de todos os torneios do Grand Slam. Ficaram emblemáticos alguns duelos em grandes courts, como o embate face a Kim Clijsters (o seu ídolo) no Australian Open 2012, diante de Jelena Jankovic, no torneio mas em 2013, ou face a Victoria Azarenka em Wimbledon 2013.

Na seleção da Fed Cup, Koehler foi a mais jovem tenista de sempre a ser convocada e disputou 31 encontros, entre singulares e pares.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt