Ferrer: «Isto fez-me lembrar a antiga Taça Davis!»

Por José Morgado - Setembro 15, 2025

Dia de euforia e história para o ténis espanhol. A equipa orientada por David Ferrer – composta por Pablo Carreño, Pedro Martínez, Jaume Munar e Roberto Carballés – conseguiu o impensável: virar uma eliminatória que estava 0-2, algo nunca antes alcançado por Espanha na Taça Davis.

Na conferência de imprensa final, Ferrer mostrou-se feliz com o ambiente vivido e explicou a aposta em Pedro Martínez em detrimento de Munar. “Gostei imenso. Lembrou-me a antiga Taça Davis, com a bancada cheia, muita tensão e emoção. Como ex-jogador, vivi isso de forma intensa; como capitão, foi das vezes em que mais senti que estava de volta àquela atmosfera. Fico feliz que os jogadores possam viver isto, porque o ténis é um desporto muito duro e individual. Ter estas emoções como equipa enche-me de alegria. Sabia que o Jaume tinha muitas horas de jogo e muita tensão acumulada. O Pedro estava fresco, bem física e mentalmente, e podia causar mais problemas ao Holger Rune. Foi uma decisão táctica e felizmente resultou”, afirmou o capitão.

Carreño, responsável pelo ponto decisivo, destacou a importância da sua vitória pessoal: “Senti-me muito bem, entrei concentrado e aproveitei a oportunidade para mostrar que estou de volta ao meu nível. Ontem perdi por detalhes, mas foi uma derrota positiva. Hoje estive mais calmo do que esperava, até estava mais nervoso a ver o Pedro pela televisão do que dentro de campo”, confessou, entre sorrisos.

Questionado sobre a ausência de nomes como Carlos Alcaraz ou Marcel Granollers, Carreño foi claro: Não precisamos de nos reivindicar. As coisas aconteceram assim, mas mostramos que o grupo funciona como equipa. Pedro esteve estelar, o Jaume soube reagir e todos contribuímos”.

Sobre o feito histórico, Carreño resumiu: “Melhor era ter ganho 3-0 e evitar a remontada, mas já que aconteceu, tocava-nos fazer história”.

Um fim de semana memorável em Marbella, vivido num ambiente que, segundo Ferrer, fez regressar a emoção da antiga Taça Davis.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com