Zeliko Krajan em Portugal com esposa Hercog: «Ter uma relação pessoal é uma vantagem»

Por José Morgado - Abril 19, 2021
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Zelijo Krajan, credenciado técnico croata que levou Dinara Safina à liderança do ranking mundial antes treinar nomes como Jelena Jankovic, Borna Coric e vencer a Taça Davis com o seu país, passou esta semana por Portugal para acompanhar a Polona Hercog, eslovena que venceu o Oeiras Ladies Open, no Jamor, e que é também… a sua esposa.

Krajan acredita que o facto de haver uma forte relação pessoal entre os dois é benéfica para a carreira de Hercog. “Não dá para separar realmente as duas coisas. Não é possível. Eu gosto de vê-lo como uma vantagem porque nos conhecemos muito bem, passamos muito tempos juntos e confiança é maior. Não creio que tenha desvantagens o facto de sermos um casal. É uma questão de perspetiva.”

O croata acredita que a sua mulher, atualmente de 30 anos, pode chegar ao top 10 mundial. “Não estaríamos juntos se eu não achasse que ela ainda pode chegar ao topo. Tenisticamente tem essas qualidades para ser top 10. Fisicamente é muito forte, tem todas as pancadas necessárias. Quando a comparo com as grandes jogadoras que tive, como a Safina ou Jankovic, não vejo razão pela qual ela não tem chances.”

Apesar de todos os sucessos ao lado de Safina, entre 2008 e 2009, Krajan não tem dúvidas sobre qual é o melhor momento da sua carreira como treinador. “O melhor momento foi sem dúvida ganhar a Taça Davis com a equipa da Croácia. Jogar pela seleção é muito diferente. Sentimentos distintos, mais responsabilidade, mais pressão. Especialmente depois de perder a final de 2016, que foi um grande desapontamento para todos. Ganhar em 2018 foi muito especial, percebemos que tínhamos hipóteses e vencemos. Estar com aqueles jogadores foi muito especial.”

Krajan não é fã do novo formato da Taça Davis, mas assegura que não foi por essa razão que deixou a liderança da equipa depois do título em 2018, o último com o formato original. “Não gosto do novo modelo e acho que os fãs de ténis não gostam. Já vi que este ano vão jogar em três sítios, é um bocadinho melhor, mas não chamaria Davis àquilo que temos agora. Não é a mesma coisa. Mas não foi por causa disso que eu deixei a equipa.”

E como avalia o momento atual do ténis no seu país? “Temos a melhor dupla do Mundo, que está finalmente junta, o Mektic e o Pavic. Gosto muito de ver pares porque há sempre coisas diferentes a acontecer. E temos uma grande tradição na Croácia, na Davis estamos sempre a ganhar em pares. Em singulares os nossos jogadores estão em dificuldades, o Marin tem tido algumas dificuldades, mas acredito que vá encontrar o seu caminho. Não estou muito envolvido com a nova geração do ténis croata, não sei como é que as coisas estão agora ao pormenor, mas não há razões para deixarmos de ter jogadores de grande qualidade.”

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com