Yastremska partilha odisseia de terror para fugir da guerra na Ucrânia: «Acordámos com bombas»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Março 12, 2022

Dayana Yastremska foi uma das tenistas que mais sentiram na pele a guerra na Ucrânia. A 103.ª do ranking WTA teve mesmo de fugir com a sua irmã de 15 anos, deixando os pais para trás, mas revelou como tudo se passou numa autêntica odisseia de terror. E a verdade é que, por uma questão de horas, a família não conseguiu sair toda da Ucrânia.

“Tínhamos planeado deixar a Ucrânia com o nosso pai para ir a Lyon no dia 24 à tarde. A 23 tínhamos as malas feitas. Mas acordámos com as bombas e os mísseis. Fui a correr à cozinha a perguntar o que se estava a passar e o meu pai disse-nos que a guerra tinha começado. Não podia acreditar. Não sabia se era real ou se estava a ter um pesadelo. Tudo mudou. Queríamos ir de carro, mas fecharam as fronteiras e não dava para fugir”, começou por explicar ao Tennis Channel.

Mas Yastremska prosseguiu a explicar como tudo aconteceu. “Na tarde do dia 24 o meu pai tomou a decisão de que eu, a minha irmã e a minha mãe íamos para a Roménia. Mas à última hora decidimos que a minha mãe ia ficar com o meu pai. Foi um momento muito emotivo. Nesse momento pensas quando poderás voltar a ver os teus pais. Foi muito duro vê-los do outro lado do rio sem saber o que vai acontecer”, confessou.

A ucraniana chegou depois à final do WTA 250 de Lyon, garantindo que nem sabe muito bem como o fez, uma vez que a sua preocupação é sempre o seu país e a sua família. “Os meus pais estão em Odessa, mas é muito difícil. É uma loucura o que eles estão a passar, é aterrador. Têm que estar sempre no parque de estacionamento ou no metro porque vivemos num andar alto. Tento estar em contacto com eles. Só consigo falar com eles quando têm internet e quando não estão no parque de estacionamento”, resumiu.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt