Vajda e a reviravolta na carreira de Djokovic: acabou com o guru e com a dieta vegetariana

Por José Morgado - Julho 24, 2018

Novak Djokovic viveu cerca de dois anos e verdadeira marasmo tenístico, mas tudo voltou a seu devido lugar a partir de meados de abril, quando tomou a importante decisão de se voltar a juntar a Marian Vajda, um dos técnicos responsáveis por todo o seu sucesso desportivo. Numa longa entrevista ao jornal eslovaco ‘Sport Klub’, Vajda abriu o livro sobre o ‘renascimento’ de Djokovic e não se importou de tocar em alguns dos temas mais polémicas, como o guru espiritual Pepe Imaz ou a alimentação do ex-líder ATP.

“Sim, eu quis que ele parasse com a sua colaboração com Pepe Imaz. Mas essa não foi a minha primeira condição. Primeiro quis falar com ele pessoalmente. Ele ligou-me após perder em Miami. Estava numa série de três derrotas seguidas, a maior desde 2007, e não tinha certezas sobre a sua equipa técnica. Na cabeça dele, estava sempre a comparar o presente com o passado e convidou-me a voltar a trabalhar com ele. Eu pensei muito, refleti em família e decidi aceitar”, confessou Vajda.

O eslovaco explicou a razão pela qual a ligação de Djokovic a Imaz não fazia sentido. “O ténis não é filosofia. É um homem contra o outro. Se queres ser o melhor, tens de treinar muito e ser forte física e mentalmente. Quando tens um adversário do outro lado, tens de pensar em onde vais meter a bola e não em Buddha!”.

A dieta extrema de Novak Djokovic também foi alterada. “Ele tem o corpo perfeito para jogar ténis, mas os seus músculos precisavam de ser fortalecidos. A sua alimentação é essencialmente vegetariana, mas ele precisava de algumas proteínas animais. Sem elas era impossível competir ao melhor nível”.

Vajda assegura que rejeitou todas as ofertas que teve para voltar ao ténis. “Estive fora durante um ano e tive imensas ofertas. Recusei todas. Não me sentia pronto e sou honesto: é muito difícil treinar alguém depois de trabalhar com um jogador como o Novak”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com