Vacherot faz história em Xangai no “melhor dia da sua vida”
Como tão bem sabemos e tanto apreciamos, o ténis é uma modalidade pródiga em oferecer-nos surpresas quando menos esperamos por elas e hoje foi exemplo disso! O que se assistiu no fecho da jornada desta terça-feira em Xangai foi simplesmente mágico e merece todo o destaque.
O jogador monegasco de 26 anos Valentin Vacherot, que atualmente se encontra fora do top 200 mundial, foi protagonista de uma proeza sensacional no Masters 1000 chinês, ao garantir o apuramento para os primeiros quartos-de-final em torneios desta categoria após um épico triunfo consumado diante do neerlandês Tallon Griekspoor (31.°) por 4-6, 7-6(1) e 6-4.
Não acontecesse este resultado de hoje e a semana seguiria sem qualquer tipo de questão para um patamar privilegiado na carreira do monegasco. Pois bem, a verdade é que Vacherot não fez pretensões de se despedir já do continente asiático, continuou a sonhar bem alto e acrescentou uma página extraordinariamente especial quer para si como para o seu país, enquanto único representante masculino no ranking mundial, tornando-se no primeiro tenista na história do Principado do Mónaco a atingir os “quartos” num torneio de categoria ATP Masters 1000.
Se há uma semana fôssemos questionar o próprio sobre que imaginava estar a fazer no dia 7 de outubro, é certo que dizia qualquer coisa que não assegurar entrada no lote dos oito melhores jogadores da competição em Xangai, mas é aqui que está a magia do ténis! Nada fazia prever, no entanto quem conta a história é quem decide o rumo que lhe quer dar e Vacherot está a encantar na função de autor.
Esta prestação de um atleta que já esteve perto de uma entrada inédita no top 100 mundial trata-se de algo maior do que aquilo que aconteceu “apenas e só” hoje. Nesse sentido, vale recordar que tudo se iniciou na fase de qualificação, onde teve de ultrapassar dois exigentes opositores em batalhas muito equilibradas, e que, posteriormente, no percurso desempenhado desde a eliminatória inaugural do quadro principal seguiu à altura de todos os acontecimentos, encarrilando uma sequência de três espetaculares exibições para eliminar jogadores como Alexander Bublik (17.°) e Tomas Machac (23.°), à cabeça.
Como não poderia deixar de ser, no final Vacherot admitiu estar a viver um autêntico sonho: “Significa tudo. Acho que não consegui dar conta do que estava a fazer a semana toda, e tudo caiu como uma luva quando acabei de vencer a partida. Fiquei feliz a semana toda, mas não muito feliz, e esta é inacreditável.”
“Sinto muita emoção só de pensar nos momentos difíceis que passei no ano passado, e até mesmo neste ano. Só de partilhar isso com o meu treinador, o meu irmão, a minha namorada — é inacreditável, e estou a viver um dos melhores momentos da minha vida agora.”, disse ainda incrédulo.
“Esta é a recompensa por tudo o que passei.”
O número 204 do Mundo, mas que virtualmente já está no 130.° posto fruto da sua gloriosa caminhada, passou também a ser o tenista com ranking mais baixo nos quartos-de-final do Masters 1000 de Xangai, em toda a sua história.
Enquanto vai digerindo as emoções transportadas do court, Valentin Vacherot prepara-se para voltar à ação na próxima quinta-feira para medir forças com o dinamarquês Holger Rune (atual 11.° e antigo número 4 do Mundo) na luta por uma vaga nas meias-finais. Muito estará em jogo!