US Open 2025: Carlos Alcaraz confirma favoritismo em Nova Iorque

Por Bola Amarela - Setembro 23, 2025
alcaraz campeao
Divulgação/US Open

Não deu para Jannik Sinner. O US Open 2025 confirmou o favoritismo de Carlos Alcaraz, que retomou a coroa em Nova Iorque. O espanhol foi campeão ao derrotar o então número um do mundo, o italiano Sinner, na final masculina, por 6–2, 3–6, 6–1, 6–4. A conquista representou o seu segundo título do US Open e o sexto Grand Slam da carreira, dois deles ganhos este ano. Com essa vitória, Alcaraz recuperou o posto de número 1 mundial, que pertencia a Sinner, e tornou-se o tenista mais jovem a alcançar seis títulos de Grand Slam desde o sueco lenda do esporte, Björn Borg.

Em entrevista após o jogo, Alcaraz brincou ao dizer que ele tem encontrado mais o italiano do que seus familiares. “Quero começar pelo Jannik, é inacreditável o que tens feito durante toda a temporada, um nível incrível em todos os torneios em que jogas… Estou a ver-te mais do que à minha própria família”, declarou Alcaraz.

O espanhol ainda finalizou dizendo: “É fantástico partilhar o court, partilhar o balneário e partilhar tudo contigo. Sinto-me realmente orgulhoso das pessoas que tenho à minha volta. Cada conquista que alcanço é graças a vocês… este título também é vosso”.

Essa nova geração do ténis é jovem e muito, muito talentosa. Com apenas 22 anos, Carlos Alcaraz já conquistou outro lendário campeonato, o torneio inglês de Wimbledon, o que fez dele o atleta mais jovem com mais títulos da história no prestigiado torneio em relva. Além disso, o espanhol também já ganhou o French Open duas vezes, em 2024 e 2025. Para Sinner, mesmo com a derrota, não há como negar todo o seu mérito: foi finalista do US Open defendendo o título e manteve uma temporada incrível com presença constante em finais de Grand Slams, inclusive no Australian Open e Wimbledon apenas este ano. A derrocada veio, entretanto, ao terminar 2025 sendo destronado da posição de número um pelo Alcaraz.

Alcaraz, o sucessor da “Big Three Era”

Espanha já é um celeiro de tenistas de sucesso. Tendo em seu maior nome o icônico Rafael Nadal, muitos novos talentos surgiram depois de sua era. O maior expoente dessa nova geração já era apontado como um dos jogadores mais promissores do circuito aos 18 anos. Na ocasião, Alcaraz conquistou seu primeiro US Open em 2022 e isso o colocou definitivamente no mapa como sucessor da chamada “Big Three Era”. Desde então, Alcaraz tem mostrado consistência em seus jogos e grande maturidade mesmo com a sua pouca idade.

As expectativas em torno de Alcaraz sempre foram elevadas, inclusive no mercado de apostas. À medida que o espanhol ia conquistando o seu lugar entre os melhores do mundo, as tenis odds refletiam esse favoritismo, colocando-o com frequência como principal candidato ao título na maioria dos torneios.

Segundo os fãs de ténis, os outros integrantes do novo “Big Three” são Sinner e… Novak Djokovic. O sérvio que fez parte do trio de ouro com Nadal e Federer é ainda figurinha carimbada nas semifinais e finais do atual circuito, o que só mostra sua qualidade e durabilidade no esporte.

A polémica do doping com Sinner

É impossível falar sobre uma final com o Sinner sem mencionar a polémica do seu doping. Apesar do caso ter começado ano passado, quando o italiano testou positivo para clostebol em dois exames distintos, o drama continou esse ano.

A defesa de Sinner alegou que a contaminação teria acontecido de forma não proposital, através de um spray utilizado pelo seu fisioterapeuta noutro membro da equipa, mas que acabou por ser transmitido ao jogador durante uma sessão de massagem.

Acabou rolando uma investigação sobre o caso e ficou concluído que Sinner não teve “culpa ou negligência” no episódio, considerando que a exposição foi acidental e que as doses encontradas eram tão pequenas que não poderiam melhorar o seu desempenho. Ainda assim, o italiano foi punido com uma suspensão de três meses, e toda essa história levantou o questionamento dos protocolos de segurança seguidos pelos profissionais que trabalham com os atletas.

O caso não pegou nada bem no circuito, levando muitos jogadores, como por exemplo o australiano Nick Kyrgios, a reclamar publicamente da punição considerada leve dada ao italiano.

Apesar disso, Sinner entrou no US Open com este capítulo “oficialmente encerrado” em termos de sanção, embora críticos e parte da imprensa continuem atentos à sua reputação e à sua transparência.

Mais polémicas

Além da polêmica do doping com Sinner, o circuito em 2025 (e muito em particular o US Open) foi marcado por outras situações. Como por exemplo o grande atraso no início da final por conta da presença do presidente americano, Donald Trump. Devido à segurança reforçada, filas se formaram o que ocasionou no começo tardio da partida, que era prevista para começar às 19h (horário de Portugal) mas atrasou quase uma hora. O episódio causou reações distintas no público, que em grande parte vaiou Trump quando este apareceu no telão.

Também houve críticas generalizadas ao facto de a USTA (Federação de Ténis dos EUA) ter instruído os meios de comunicação para não mostrarem manifestações de desagrado ou vaias que o público dirigiu a Trump durante o evento. Isso gerou acusações de censura e debate público sobre o papel dos torneios em manter a liberdade de expressão versus a gestão de imagem.

Além desse acontecimento, registaram-se ainda vários problemas relacionados com o calor extremo, que obviamente afeta em grande medida os jogadores. Houve inclusive pressão para a implementação de políticas de calor extremo (“extreme heat policy”). Novak Djokovic, por exemplo, num dos seus jogos com Marton Fucsovics, teve de recorrer a uma pausa médica devido ao desgaste causado pelas condições climáticas.