Tsonga recorda a dificuldade da era Big Three e um duelo com Nadal: «Foi o encontro da minha vida»

Por Nuno Chaves - Fevereiro 11, 2022
Jo-Wilfried-tsonga

Jo-Wilfried Tsonga está a viver os últimos momentos da sua carreira mas para a história ficam tempos de muito sucesso e poucos se esquecem do Australian Open de 2008, onde perdeu na final apenas para Novak Djokovic.

Esse foi um torneio inesquecível para o carismático francês que, apesar dos seus 36 anos, ainda tem a memória bem fresca sobre essa caminhada. “Aquele torneio foi uma grande aventura. Lembro-me de começar muito bem desde a primeira ronda, derrotei logo em quatro sets o Murray. Depois de vencer o Youzhny nos quartos de final, que vinha em grande forma, tive de defrontar o Rafa nas meias-finais”, relembrou numa entrevista ao Eurosport.

“Nesse dia joguei o encontro da minha vida, foi uma atuação incrível, ganhei em três sets e a fazer algumas bolas que eu nem sabia muito bem de onde vinham. Rever essas imagens ao longo da minha carreira faz-me sempre ter um sorriso”, admitiu.

E apesar de ter perdido na final, esse Australian Open ficará para sempre na memória de Tsonga. “Alcançar um nível de jogo tão alto foi totalmente inesperado para mim, foi um dos melhores meses da minha carreira. A final com o Djokovic é uma memória incrível, ainda sinto a euforia do momento, a emoção de cada jogo. Se em miúdo me tivessem escrito um papel a dizer que um dia estaria na Rod Laver Arena a defrontar um dos melhores e a jogar a esse nível, eu não ia acreditar. Estes são os momentos que ficam para sempre”.

Mas Tsonga também falou na dificuldade em triunfar num Grand Slam, numa era dominada pelo Big Three. E deu o exemplo do Australian Open de 2010. “Ganhei ao Djokovic nos quartos de final depois de ganhar em cinco sets mas acabei exausto. Foi muito muito complicado competir na ronda seguinte. Perdi em três sets com o Federer. Por isso é que foi tão complicado para a nossa geração ganhar um Grand Slam, tínhamos de ganhar de forma consecutiva a um top 10, depois o Federer, talvez o Murray ou o Djokovic e depois ainda o Nadal na final. Isto tinha uma dificuldade máxima, mesmo para eles”, concluiu.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.