Tim Henman: «O problema do Zverev é que ele não tem qualquer plano»

Por Rodrigo Caldeira - Novembro 17, 2025

Alexander Zverev classificou a sua temporada como “incrivelmente insatisfatória” depois de ser eliminado nas ATP Finals 2025 em Turim, uma ideia que Tim Henman desenvolveu mais tarde na mesa de especialistas.

A verdade é que o tema dá pano para mangas. Como explicar que, apesar de Alexander Zverev ser o atual nº 3 do mundo, a realidade dentro do court é que está a anos-luz de Sinner e Alcaraz. Muita coisa terá de mudar para o alemão, a começar pelo seu estilo de jogo. Tim Henman, comentador habitual da Sky, fez uma pequena análise sobre a situação de Sascha depois de o ver ser eliminado na fase de grupos das Nitto ATP Finals 2025.

“Neste momento, não vejo que tenha qualquer plano quando entra em court. O seu serviço é fenomenal, isso já sabemos, e em alguns encontros consegue mantê-lo a salvo. O problema vem depois, no fundo do court, quando a sua direita se torna muito vulnerável, reagindo quase sempre tarde, sem capacidade para resistir em muitas trocas de bola. Sinto que, neste momento, aquilo que deveria fazer era afastar-se algum tempo da competição e reinventar-se”, lança Henman sem rodeios.

“Uma opção habitual à qual costuma recorrer é dar um passo atrás e esperar que sejam os seus adversários a cometer erros […] O problema é que, a este nível, não podes fazer isso porque o normal é seres superado. É um jogador muito, mas muito bom, disso não há dúvida, é o atual número três do ranking mundial… mas não sinto que o seu jogo esteja a evoluir na direção certa”, acrescenta Tim, que não costuma medir palavras quando é para falar destes aspetos.

“Tendo todas as ferramentas sobre a mesa, para além do seu serviço, o seu ressalto, o seu físico e a sua experiência continua difícil perceber o que falta a Alexander Zverev para ser campeão de Grand Slam. Neste momento, o alemão estaria certamente satisfeito apenas por voltar a ver-se competitivo neste tipo de torneios, algo que, por agora, parece distante. No seu banco já passaram nomes como Juan Carlos Ferrero, David Ferrer, Sergi Bruguera e até Ivan Lendl. Nenhum durou demasiado, ficando sempre o seu pai, Aleksandr em conjunto com o irmão Mischa como o pilar fundamental e inamovível”. Declarou o britânico sobre as equipas técnicas do jogador alemão.

Henman também não se conteve, apontando diretamente para o seio familiar dos Zverev e referindo-se a essa estrutura como um obstáculo que está a impedir o alemão de dar um salto de qualidade, começando por mudar a sua mentalidade dentro do court. “A verdade é que não sei que influência terão o seu pai e o seu irmão na definição da sua estratégia de jogo, mas é evidente que precisa de novos estímulos nesta fase da carreira”

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Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.