Tiafoe rendido a Portugal: «Gostava de ter este apoio nos EUA! Não sei o que fiz mas adoram-me»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Abril 29, 2022
Créditos: Millennium Estoril Open

Frances Tiafoe deu espectáculo com uma reviravolta épica frente a Alejandro Davidovich Fokina, ao dar a volta a uma desvantagem de 5-2 no terceiro set. Grande parte da culpa veio das bancadas, com o enorme apoio que o norte-americano recebeu, como o próprio reconheceu quando estava a analisar a vitória. Numa conversa bem-disposta — como todas com Tiafoe –, falou ainda sobre a importância de se ter apurado para as meias-finais.

COMO DEU A VOLTA

Não sei como é que isto foi acontecer. Estava muito ventoso. A 5-2 estava a jogar com o vento e sabia que se segurasse o serviço podia ter o público do meu lado, talvez ele ficasse nervoso. Quebrei, o público fica louco e pensei ‘fogo, já aqui estou, vamos ver o que acontece’. Tive sorte hoje.

FORÇA DO PÚBLICO

Joguei o ano passado, não havia público e isto foi uma loucura. Desde o início do encontro, mas no fim foi uma loucura. Mesmo quando eu estava em baixo, eles continuaram a apoiar-me e agradeço muito isto. Queria continuar a tentar, a tentar tirar uma vitória para o público. Mas estava a divertir-me. O resultado foi o que foi, mas o ténis é que ganhou no fim do dia. Estou feliz por ter ganho, sim, mas quem comprou bilhete divertiu-se. Eu diverti-me! Ganhei hoje, mas vai haver vezes em que me vai derrotar, é um grande jogador e está a jogar o melhor ténis da vida dele. O ténis ganhou hoje à noite!

APOIO COMO NEM NOS ESTADOS UNIDOS

Gostava de ter este apoio nos Estados Unidos! Bem, no US Open foi muito bom. Não sei porquê, mas eles adoram-me aqui! Não sei o que é que fiz por eles. Mas não me queixo. Aceito!

CONFIANÇA QUE TRAZ

Precisava muito desta vitória. Estive uns meses lesionado, Indian Wells foi o primeiro torneio de volta. Ganhei uns encontros mas não tinha chegado longe num torneio. Eu e ele temos um ranking parecido, mas ele está a jogar muito bem, então é muito importante para mim, especialmente como foi. Aceito isto e vamos ver o que acontece amanhã.

COMO SE SENTE

Foi uma loucura. Agora sinto-me bem. Estou cansado, com dores no corpo. Mas aceito sentir-me não tão bem com uma vitória do que sentir-me não tão bem com uma derrota.

PRÓXIMO ADVERSÁRIO

Que ganhe o melhor. É assim, torcemos sempre pelo americano, mas o Felix ganhou-me nas últimas vezes, então eu quero jogar contra ele e dar-lhe uma tareia amanhã! Sebastian está a jogar muito bem, é um grande talento. Quem quer que ganhe, vou estar pronto para a batalha. Quero muito jogar com o Felix mas vamos ver.

SEGREDO DA BOA-DISPOSIÇÃO

Divirto-me com o que estou a fazer. Não me levo demasiado a sério. Sou bastante fácil, sempre fui assim. Isto vem do pai, que está sempre a mandar piadas. Sei que posso jogar ténis num nível alto, mas depois disso sou um tipo normal como qualquer pessoa. Não sou um daqueles que acham que são alguém porque fazem algo a um nível alto. Vi de um início humilde, sei o que foi preciso para chegar aqui. Quero aproveitar e lembrar-me disso. É uma honra estar aqui.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt