Thiem abre o coração e revela que esteve muito perto de se retirar do ténis

Dominic Thiem surgiu em Monte Carlo com uma nova equipa técnica onde espera que seja o início de uma nova fase, depois de meses e meses a viver num autêntico calvário de lesões e maus resultados.

Mas, afinal, como é que tudo começou? Em conferência de imprensa, após a eliminação na segunda ronda do primeiro Masters de terra da época, o antigo top 3 mundial revelou todo o processo e até admitiu que esteve perto de se… retirar.

TUDO COMEÇOU NO US OPEN

Depois do meu triunfo no US Open em 2020 tive sérios problemas para encontrar a motivação necessária. Senti-me totalmente vazia, foi como se conseguisse algo que estava há tanto tempo a perseguir e acabava com o sentido da vida do tenista. Não queria viajar e tive uma fase em que não querida treinar. Demorei uns meses a sentir-me com a força necessária para voltar a levar as coisas a sério as coisas e a treinar com intensidade. Essa mudança de chip aconteceu depois de perder com o Andujar na primeira ronda de Roland Garros de 2021. Possivelmente o meu corpo não aguentou essa mudança repentina de intensidade e a lesão foi consequência disso, a verdade é que não creio que tenha sido casualidade.

LESÃO FOI ALGO… POSITIVO

É complicado reconhecer mas percebi que a lesão foi uma boa oportunidade para descansar do ténis e reconciliar-me com ele. Foi quase um alívio saber que ia ter seis ou sete semanas em que ia conseguir desconectar-me completamente e depois voltar cheio de vontade.

RETIRADA FOI UMA HIPÓTESE

Estive muito perto de perder totalmente a esperança, aliás, a nível superficial diria que perdi. Mas muito dentro de mim mantive uma pequena luz, um fogo interno que me fazia acreditar em mim e querer tentar com mais força. Caso não tivesse sentido isso, tinha-me retirado. Houve momentos muito duros mas sempre mantive a sensação de que ainda tinha algo para oferecer ao mundo do ténis e queria tentar.

SEPARAÇÃO COM MASSU

Ajudou-me muito saber que era uma decisão mutua porque quando lhe pedi para falarmos na semana passada, depois do encontro no Estoril, comuniquei-lhe a minha decisão e ele disse-me que se não fosse eu a pedir para falar seria ele a dizer que o melhor era deixarmos de trabalhar juntos. No mundo do desporto é muito normal querer novos capítulos e isso não influencia a boa relação pessoal que se tenha ou os êxitos que se alcançaram. Estou muito feliz com tudo o que vivi com o Massu e também com muita esperança para o que vem aí.