Sergio Giorgi: «Existe doping no ténis»
Quando Sergio Giorgi abre a boca, nós preparamos os ouvidos. Tão simples quanto isso. Não que estejamos à espera de escutar profundos e iluminados ensinamentos, indispensáveis a uma vivência terrestre mais completa e íntegra, mas porque aquilo que vamos ouvir do pai da italiana Camila Giorgi não ouviremos, com certeza, de mais ninguém, por mais ‘batido’ que o assunto esteja.
Sempre muito expressivo quando se apresenta no camarote para assistir aos encontros da 31.ª do ranking mundial, o italiano de cabelo grisalho e modos pouco delicados decidiu que seria a altura ideal para se debruçar sobre aquele que é provavelmente o assunto mais delicado e controverso do ténis atual: o doping.
O jornal transalpino Il Secolo XIX dispensou algumas linhas na sua edição desta sexta-feira ao pai e treinador da jogadora de 23 anos e o italiano não fez mais do que ‘destravar’ a língua e falar sobre o tema mais ou menos como quem fala do estado meteorológico para o dia seguinte:
“Existe doping no ténis. Alguns atletas têm médicos capazes de o camuflar, mas é fácil perceber apenas olhando para os músculos de algumas jogadoras do circuito WTA ou observando a capacidade física de alguns jogadores do circuito ATP”.
Apontando os controlos anti-doping como sendo “inúteis”, Sergio Giorgi resolveria o problema de uma forma bem mais prática e bem menos dispendiosa.
“Eu defendo que os atletas deviam poder dopar-se se quisessem. Obviamente que nunca deixaria a Camila fazer isso, porque o doping pode destruir a tua vida e há muito mais na vida para além do ténis. O desporto é apenas uma metáfora para a vida. Há quem faça batota, é como se fosse uma selva e nós temos de estar preparados para nos defendermos”.