Ruud: «No circuito temos dois jogadores impossíveis de enfrentar, mas temos de mostrar que também são humanos»

Por Rodrigo Caldeira - Outubro 20, 2025

O trabalho árduo, a humildade e a perseverança acabam sempre por ser recompensados. Casper Ruud (11º) é um exemplo claro dessas três virtudes, e o seu título no ATP 250 Estocolmo 2025 tem um significado especial para ele. O norueguês chega à reta final do ano cheio de energia e motivação, como confessou numa conferência de imprensa na qual também falou sobre Sinner (2º) e Alcaraz (1º).

Ganhar um grande título pela primeira vez ficou ofuscado por uma temporada irregular, longe do brilho esperado nos Grand Slams, com problemas de consistência mental e felicidade em campo. Embora Ruud tenha conquistado Madrid, esse triunfo parecia um oásis num deserto. Esta semana, ao vencer o ATP 250 Estocolmo 2025, encontrou novamente um bálsamo importante, deixando reflexões significativas.

MELHORIA INDOOR 

“Considero que esta semana mostrei o melhor ténis da minha carreira em pisos indoor. Percebi que neste tipo de quadras devo ser muito agressivo em todos os golpes, jogar solto e assumir mais riscos, especialmente com o meu revés. O nível de jogo que demonstrei aqui faz-me ver que é muito possível que ainda não tenha atingido o melhor momento da minha carreira e que ainda tenho margem para evoluir, com energia disponível para o conseguir”

VENCER EM ESTOCOLMO 

“Fico muito feliz por ganhar este título, porque é um torneio que acompanhei desde criança e sei que aqui competiram lendas como Borg, Federer, McEnroe ou Nadal. Ver o nível de ténis que mostrei dá-me muita motivação e a inspiração necessária para encarar as duas próximas semanas com confiança”

COMPETIR CONTRA SINNER E ALCARAZ 

“O calendário é muito longo, torna-se extremamente difícil passar de um torneio para outro sem tempo para assimilar o que aconteceu; estamos a levar corpos e mentes ao limite. No meu caso, foi fundamental ter tirado um descanso no verão, que me permite chegar agora em boas condições. Carlos e Jannik podem ter jogado mais de 70 partidas este ano, mas para os restantes é mais difícil, porque não ganhamos tanto quanto eles e recuperar de derrotas todas as semanas é um desafio”

JANNIK E CARLOS NUMA ESFERA À PARTE 

“Neste momento, temos no circuito dois jogadores completamente injugáveis, mas depois somos cerca de 30 jogadores a lutar para evoluir e aproveitar oportunidades. Temos de assumir que eles estão numa esfera à parte, esquecê-los e simplesmente trabalhar para evoluir, de forma a fazê-los parecer humanos”

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Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.