Rubin: «Espero que o ATP tome medidas contra Djokovic e quem jogou o Adria Tour»

Por José Morgado - Junho 23, 2020
rubin-djokovic

Noah Rubin, tenista norte-americano de 25 anos que apesar do seu ranking modesto (225.º ATP) é uma das vozes mais ativas do ténis mundial, voltou a criticar esta terça-feira de forma muito agressiva as recentes atitudes de Novak Djokovic, nomeadamente a organização do Adria Tour, que acabou com alguns jogadores a acusarem positivo para o coronavírus.

Isto era inevitável. Foi o suficiente para mim ver as fotos. Eles viveram as experiências e as suas vidas como se nada tivesse acontecido no Mundo. Entendo que a situação é melhor na Sérvia ou na Croácia, mas estamos a falar de jogadores que viajam de um país para outro, que se aproximam de fãs, de crianças. Não entendo a razão pela qual o ténis precisava de correr este risco. Entendo que as pessoas querem ver desporto ao vivo, querem sorrir neste momento muito difícil. Tenho certeza de que tudo começou com uma boa intenção. Mas organizar partidas de futebol, ir a discotecas, reunir milhares de espectadores e organizar um dia para as crianças? De que adianta fazer as pessoas sorrirem e arrecadar dinheiro para causas solidárias se depois vamos infectar mil pessoas?”, questionou em entrevista ao jornal ‘L’Equipe’.

Rubin espera que o ATP tome medidas contra Djokovic e os jogadores envolvidos neste caso. “Estou para ver se o ATP vai reagir e o que acontecerá com a posição do Djokovic como presidente do conselho de jogadores. Obviamente, estou dececionado. O Novak é um exemplo para milhões de pessoas. Ele não só faltou a uma reunião zoom com todos os jogadores, como fez algo que poderia afetar a vida de muitas pessoas. As federações estão com problemas. Os jogadores podem perder o dinheiro que precisam desesperadamente. Isto é tudo muito dececionante. Estou tão chateado. Como é eles não vêem o nosso interesse comum? Isto pode afetar toda a temporada. US Open e Roland Garros poderão ter de repensar intenções. Há milhões e milhões de dólares em jogo, muitos empregos e dinheiro que os jogadores precisam. Um por cento dos jogadores tomam decisões que afetam todos os outros. Sem imaginar por um segundo se isso pode prejudicá-los. Claramente, se o ATP não denunciar o que aconteceu, vão provar mais uma vez que existe o circuito existe apenas para as estrelas. Eles estão com tanto medo de irritá-los que estão prontos para apoiá-los, não importa aquilo que façam. Espero que tomem medidas”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com