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Relato aterrador de Kichenok para fugir à guerra: «Conduzi durante 36 horas seguidas»
Lyudmyla Kichenok tem conseguido destacar-se dentro de court nos últimos tempos, ao chegar às meias-finais de Roland Garros e Wimbledon em pares, ao lado de Jelena Ostapenko. No entanto, a número 16 do Mundo de pares não escondeu a agonia que sofre por ver a sua Ucrânia continuar a sofrer, ela que fugiu de forma dramática da guerra.
FUGA DA UCRÂNIA
A 22 de fevereiro a minha irmão Nadiia deixou a Ucrânia com o seu marido e disse-me que algo terrível ia acontecer, mas eu não acreditava. No dia 24 a minha mãe acordou-me e disse-me que estavam a bombardear os subúrbios de Kiev. Fiquei paralisada. Tremi durante duas horas. Tinha medo. Decidimos fugir para a Moldávia e fomos de carro. Conduzi durante 36 horas seguidas, não sabia que o corpo humano era capaz disso. Não dormi durante uma semana. Depois fui para Iasi, na Roménia, num comboio com refugiados, mães e filhos. Tens uma perspetiva de vida diferente quando vês algo assim.
CHEGADA A INDIAN WELLS
Depois voei para Indian Wells. Não sabia como treinar quando o corpo não deixa. Não fiz nada durante doze dias. Estava impactada. Enquanto isso, as pessoas à minha volta estavam feliz como se nada se passasse. Os psicólogos da WTA fizeram perguntas e preocuparam-se, mas não entendem o que se passa no nosso país.
ANSEIO DE VOLTAR A CASA
Tenho muita vontade de voltar a casa e simplesmente dar um passeio. Quero voltar e viver como antes, embora entenda que nada possa ser como antes. Mas tenho esperança. Acredito na vitória da Ucrânia desde o primeiro dia. Quando a Ucrânia jogou a Billie Jean King Cup não estávamos a jogar contra os Estados Unidos. Jogamos para a Ucrânia. A maioria das pessoas no ténis não entende o que se está a passar. É duro para nós. É complicado ver instalações desportivas destruídas. Sinto-me indignada, é uma injustiça.
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