Rafael Nadal: «Cada derrota valia por três»

Por admin - Dezembro 28, 2015

Se há jogador no circuito a contar as horas para dizer definitivamente adeus a 2015 é Rafael Nadal. Pela primeira vez na sua carreira, o maiorquino de 29 anos viu a sua mente, que sempre se revelara uma das suas grandes aliadas em court, transformar-se numa ousada adversidade.

Da ansiedade e dos nervos em court resultaram inesperadas e indigestas derrotas que o fizerem questionar o seu futuro. “Normalmente aceito as minhas falhas”, começou por dizer Nadal ao jornal El País. “Quando se tem um problema mental, não se aceitam bem as situações […], não as consegues analisar bem, com clareza”.

“Não era que eu não aceitasse os fracassos, mas cada derrota prejudicava-me muito. Este ano, cada derrota valeu por três. Mentalmente, tiraram-me muito mais confiança do que habitualmente”, continuou o número cinco mundial, explicando, seguidamente, que as contrariedades fizeram-no arregaçar as mangas.


O ténis ainda me faz feliz


“No final, a única coisa que se pode fazer é aceitar o problema e trabalhar para encontrar uma solução. Não foi fácil, demorei alguns meses para descontrair. […] Tinha consciência de que era um bloqueio mental, mais do que tenístico. O problema é que um bloqueio mental não te deixa desenvolve o teu ténis”, acrescentou Nadal, destacando, no entanto, a bonança que acabou por surgir depois da tempestade.

“Apesar de todos os problemas, continuei a lutar e a superar pequenas barreiras, a ganhar encontros. Não consegui bons resultados e tudo se complicou mas trabalhei para mudar o rumo dos acontecimentos e, curiosamente, estive melhor no final do ano, que é a altura da temporada mais difícil para mim. […] Depois de um ano complicado, terminei como número cinco do mundo”.

Os maus momentos foram muitos, mas o jogador de Maiorca diz ter espantado do court os fantasmas para chamar até si o entusiasmo e a felicidade com que sempre contou. “Estou a trabalhar mais do que nunca. Fisicamente foi um ano importante, porque não tive nenhuma lesão e pude competir sempre que quis. Estou num muito bom momento de forma. O ténis ainda me fez feliz”, concluiu Nadal.