Pedro Martínez: «Pensei em deixar o ténis em 2018, diziam que era louco»

Por José Morgado - Dezembro 21, 2020
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Pedro Martínez, de 23 anos, é nesta altura uma das boas esperanças do ténis espanhol para os próximos anos. O espanhol, que passou recentemente pelo Maia Open, viveu em 2020 a melhor temporada da sua carreira, entrou no top 100 mundial e aponta a voos mais altos em 2021, mas lembra os tempos — não muito longínquos — em que esteve quase a retirar-se da modalidade.

A parte mais difícil da minha carreira foi durante a minha juventude. Aos 17 anos, fui operado joelho e os médicos subestimaram o meu tempo de recuperação. Não joguei durante nove meses enquanto vivia no centro de treinos da Federação Espanhola de Ténis. Eu era jovem e isso foi muito frustrante. Assisti aos meus companheiros a irem aos Grand Slams juniores enquanto eu ficava sozinho. Queria ir para casa, mas tive de ficar na federação para continuar ir à escola. Não me sentia bem. Não tinha motivação para estudar, então vi TV a noite toda até às 3 ou 4 da manhã”, confessou ao blog ‘Behind The Racquet’.

O espanhol lembrou ainda os tempos em que ponderou abandonar. Sempre tive um bom ranking mas as pessoas diziam que não chegaria ao circuito ATP porque tinha um mau caráter. Em 2018 pensei em deixar o ténis. Joguei Roland Garros e não me sentia bem comigo. Perdi na primeira ronda do qualifying e culpei os meus treinadores. Esse foi o ponto mais baixo da minha carreira. Eu disse ”tenho de mudar porque não posso continuar assim e chegar ao meu nível mais alto. Todos ao meu redor também estão a sofrer”. As pessoas falavam de mim diziam que eu era louco demais e não podia ser profissional. Mudei-me para Barcelona e comecei a viajar sozinho”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com