Pedro Araújo tem razões para sorrir: o top 400, a melhoria da direita e a autobiografia de Navalny: «Quero continuar a subir com humildade»

Por José Morgado - Janeiro 22, 2025
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FOTO: Beatriz Ruivo

Pedro Araújo brilhou dentro de campo para se qualificar para a segunda ronda de um Challenger pela sexta vez na carreira e no final do encontro também esteve em excelente plano numa conferência de imprensa onde revelou a sua habitual articulação de discurso e não deixou nada por responder. O jovem tenista de 22 anos falou das melhorias da sua direita, da estreia no top 400 ATP e até contou… aquilo que anda a ler agora que está mais ‘liberto’ dos estudos da licenciatura em Gestão na NOVA SBE.

UMA GRANDE VITÓRIA EM OEIRAS

Uma grande vitória diante de um adversário difícil. Joguei bem e mereci a vitória. O primeiro set foi duro, salvei set points e converti o meu primeiro. O segundo set também foi duro mas estive bem. Foi o melhor encontro que joguei nestas semanas. Só sofri dois breaks, a direita esteve muito bem e estive melhor de fundo do campo. Também respondi bem e de modo geral nos momentos importantes estive bem. Diria que foi o meu melhor encontro até agora.

Pedro Araújo alcança uma das melhores vitórias da carreira em Oeiras e garante top 400

A DIREITA CADA VEZ MELHOR

É um pouco de tudo. O treino ajuda, não há segredos e normalmente é recompensado. Eu e o Fred temos trabalhado muito a minha direita. Nem sempre ponho em prática nos jogos mas aos poucos está cada vez melhor. O ténis e o desporto é muitas vezes uma questão de confiança e eu estando mais confiante jogo melhor. Quando perco mais vezes é difícil encontrar esse estado de espírito. Nem sempre dá para jogar tão solto. Tenho trabalhado bem.

DESFRUTAR… NEM QUE SEJA DURANTE UMAS HORAS

Quero aproveitar um bocadinho a vitória e desfrutar, que também faz falta, porque muitas vezes não temos oportunidade para isso. As coisas são todas muito seguidas e acho importante tirarmos alguns momentos, nem que sejam umas ‘horinhas’, para aproveitarmos, ficarmos contentes. Foi um muito bom jogo.

SEM FACULDADE… LÊ UM LIVRO PARA ‘FUGIR’ AO TELEMÓVEL

Esta semana sem livros da faculdade mas com outro tipo de livros. Faz-me alguma confusão passar demasiado tempo no telemóvel, tento evitar. Estou a ler a autobiografia do Alexei Navalny.

ESTREIA NO TOP 400 — HÁ 13 MESES ERA 960.º

Não costumo olhar muito para o ranking. Às vezes é difícil colocar as coisas em perspetiva dessa forma. Sou muito exigente e tento puxar os meus limites quase todos os dias e ser melhor. É difícil para mim ficar contente muito tempo. Tento olhar para as coisas de forma mais racional e claro que fico contente com a evolução. Tenho feito por isso e as melhorias são notórias. Em termos de confiança faz diferença e nota-se. Quero continuar a subir com humildade, dando o meu melhor todos os dias.

QUARTO TIEBREAK GANHO CONSECUTIVAMENTE

São momentos que gosto de jogar. A confiança nesse tipo de momentos é bastante importante e muitas vezes sinto que consigo elevar o meu nível nessas fases. Nessas alturas todos os pontos contam e tenho de estar muito metido sem dar nada ao adversário. Essa é a explicação que normalmente encontro. No ténis muitas vezes um ou dois pontos fazem a diferença. Hoje fui uma vez mais feliz.

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com