Paula Gonçalves quer dividir o prémio com a adversária que perdeu o pai durante a final
Pelas piores e mais inglórias razões, Paula Gonçalves dificilmente esquecerá o dia em que venceu o seu quinto título da carreira (todos eles no circuito ITF). A brasileira de 26 anos perdia por 4-6 e 4-4 quando a sua adversária, a chilena Dani Seguel, se dirigiu à rede, inconsolável, para dar por terminada a final no ITF de Santiago. O seu pai, que sofrera um ataque cardíaco momento antes, na plateia, acabara por falecer.
“Estava 3-1 quando vimos que alguém tinha desmaiado na plateia”, começou por contar no final do encontro, segundo o site brasileiro Ténis News. “Quando percebemos que era o pai dela, ela começou a chorar. Fui ao outro lado do court acalmá-la. O Marcelo Prata, que me está a acompanhar nesta digressão, tem curso de primeiros socorros e foi ajuda-lo, até ele ser levado para o hospital. Voltamos ao jogo, eu servia a 4-4, 40-30, quando ela recebeu a notícia. Cumprimentou-me a chorar muito. Que tristeza! Perda irreparável.”
A jogadora natural de São Paulo mostrou-se francamente abalada com o triste episódio, confessando estar “em choque” momentos depois do incidente. “Estou abalada e muito triste com a fatalidade. Dani Seguel é muito querida e considero-a uma amiga, e solidarizo-me com ela e com a sua família neste momento”.
Num louvável gesto de desportivismo e compaixão, Paula Gonçalves confessa que o mais justo seria dividir os louros com a sua adversária: “A regra da ITF deu-me a vitória. Na hora do incidente nem pensei nisso, só agora é que me apercebo, mas gostaria de dividir os pontos e o prémio com ela, seria o mais justo. Eu e o Marcelo Prata, o meu preparador físico, estamos a acompanhá-la, dando-lhe todo o apoio possível”.