Paire recupera confiança em Portugal: «Posso voltar ao meu melhor ser top 20 outra vez»
Hoje em dia como número 165 do ranking ATP, Benoit Paire sabe que tem de fazer um trajeto de regresso ao topo pela via Challenger. Ora, o francês está em Portugal a jogar o Lisboa Belém Open e apurou-se para os quartos-de-final, falando depois de tudo aquilo que tem sentido nesta altura. Numa conversa muito sincera, explicou em conferência o porquê de não querer jogar em casa neste momento e de se sentir precisamente em casa em Portugal.
COMO SE SENTE
Sinto-me melhor do que na última semana. Não me estava a sentir bem fisicamente e mentalmente em Braga. Estou feliz por estar de volta a Portugal a jogar bom ténis, não o meu melhor, e estar nos quartos-de-final.
JOGAR EM PORTUGAL
Adoro o ambiente em Portugal. Joguei há dez anos num clube não longe daqui, perdi com o Hanescu. Gosto muito de jogar aqui, fiz bons encontros no Estoril Open, onde já cheguei às meias-finais. Sempre que volto a Portugal sinto-me um pouco em casa. Gosto muito. Estou feliz por ganhar encontros, é importante para a minha confiança e para a minha cabeça.
MEMÓRIAS DO INÍCIO DA CARREIRA
Lembro-me quando jogava torneios ITF e tenho boas memórias de Portugal. As pessoas são muito engraçadas comigo. Ganhei em Faro, Albufeira, são boas memórias do início da minha carreira. É bom voltar e pensar nisso. Gosto sempre de voltar cá.
PORQUÊ DE NÃO ESTAR EM FRANÇA ESTA SEMANA
Jogar em casa é um pouco complicado para mim neste momento. As pessoas esperam muito de mim. Foi número 18 do Mundo, então quando volto esperam que ganhe sempre. Mentalmente não estava pronto para jogar o meu melhor ténis, então pensei que podia ser melhor estar num sítio mais tranquilo em Portugal, aproveitar o meu ténis. Estou muito feliz por estar aqui e prefiro jogar torneios longe de França neste momento. Se voltar ao meu melhor nível talvez volte a jogar em França. Lá, cada vez que ganho há pressão. Como não ganhei muitos encontros este ano, decidi que era melhor ficar afastado e vim para Portugal. Há sempre muita gente a ver-me, à minha espera… Era demasiado.
IMPACTO DA PANDEMIA
Depois da Covid-19 não foi fácil para mim. Tive Covid quatro vezes e fiz quarentena de 14 dias quatro vezes. Não foi fácil aproveitar a vida a jogar num estádio vazio. Não é por isso que jogo ténis. Jogo para me divertir com os adeptos. Não foi fácil, mas estou a tentar voltar e a ganhar uns encontros. Acho que estou a jogar muito melhor esta semana porque isso acontece quando me sinto bem fora dele.
MOTIVAÇÃO NO CIRCUITO CHALLENGER
Não é fácil encontrar motivação mas sei porque estou aqui. Não jogo estes torneios pelo dinheiro, mas sim porque quero ganhar encontros e voltar ao circuito. Se sentir que não consigo jogar torneios ATP deixo de jogar ténis. Mas acho que se mentalmente estiver bem e me sentir bem fisicamente, posso voltar ao meu melhor e ser top 30 ou top 20 outra vez. Tenho de começar aqui nos Challengers, ganhar encontros e torneios. Quando tiver confiança de novo, acho que consigo. Se estou aqui é porque quero lutar. Sei que o meu ténis não está como antes e não é perfeito, mas agora estou só a tentar ganhar jogos e divertir-me em court.
OBJETIVOS
Antes deste torneio, estava a pensar em terminar a época depois do primeiro encontro. Mas desfrutei em court e é por isso que pensei que talvez se ganhasse uns duelos pudesse estar melhor. Se me divirto continuo a jogar, se não, é para parar. Sei que se voltar na próxima temporada a 100 por cento na minha cabeça com motivação, vou regressar ao circuito ATP de certeza.