Oriol Roca Batalla conquista o título mais importante da carreira no Braga Open

Por José Morgado - Outubro 1, 2023
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Aos 30 anos, o espanhol Oriol Roca Batalla viveu uma semana que nunca mais esquecerá e conquistou, este domingo, o título mais importante da carreira no Braga Open, o torneio do ATP Challenger Tour que a Federação Portuguesa de Ténis organizou, com o apoio da Câmara Municipal de Braga, no Clube de Ténis de Braga.

A disputar o sétimo encontro de singulares de uma semana que começou no qualifying, o número 267 do ranking mundial deu a volta ao croata Duje Ajdukovic (199.º) e venceu pelos parciais de 4-6, 6-1 e 6-1.

Apesar da carga acumulada ao longo do torneio (ainda disputou três encontros de pares), o jogador de Barcelona não deu sinais de desgaste físico e, pelo contrário, foi quem reagiu melhor depois de um primeiro set muito bem disputado de parte a parte, mas que caiu para o lado oposto.

Ajdukovic entrou no duelo a praticar um ténis muito agressivo, apoiado na esquerda reta que o adversário tanto elogiara na véspera, e fez uma declaração de intenções ao vencer os três jogos inaugurais e mais tarde a primeira partida. Mas o bom arranque só adiou a entrada em jogo do seu pior inimigo: a falta de capacidade anímica para se manter estável e concentrado.

Depois de uma pausa para ir ao balneário, Roca Batalla regressou ao court renovado, muito concentrado e pronto para a luta. Se na segunda partida Ajdukovic ainda reagiu ao break sofrido logo no primeiro jogo, a segunda quebra de serviço entrou na cabeça do croata, que caiu em monólogos e perdeu a concentração que lhe permitira adiantar-se.

A partir daí, foi Roca Batalla quem teve o controlo total do encontro. Apesar de possuir menos soluções para desequilibrar, o espanhol já tinha detetado os padrões de jogo repetitivos do adversário, manteve-se impávido e sereno, procurou prolongar os pontos e levou-o ao desespero — de serviços por baixo a manifestações de desagrado, o jovem da Croácia deixou de lhe fazer frente e viu escapar a hipótese de conquistar o segundo título Challenger.

“Ele entrou muito bem no encontro e conseguiu muitos winners de ambos os lados. Também começou a servir muito bem, por isso eu sabia que tinha de manter a calma e lutar, lutar, lutar para tentar que não se mantivesse assim durante todo o encontro. Quebrei-lhe o serviço e fiz o 3-1, o 3-2 e aí comecei a sentir que estava a ficar melhor de jogo para jogo e que ele estava a repetir vários padrões, por isso percebi o caminho que tinha de percorrer e o resultado foi perfeito”, explicou Roca Batalla na derradeira conferência de imprensa da semana.

Ainda com dificuldades em exprimir as emoções depois de erguer o título mais importante da carreira, o tenista de Barcelona reforçou o que já tinha dito na véspera: “Não estava à espera de ganhar aqui”, apesar de sempre se ter sentido bem em Braga, “mas agora que aqui estou não havia melhor lugar para o fazer.”

Uma semana depois de ter chegado sem expetativas maiores, este domingo Oriol Roca Batalla despediu-se da cidade dos arcebispos com o título mais importante do palmarés e uma subida de 60 degraus até ao 207.º lugar do ranking, próximo do regresso ao top 200 e da melhor classificação de carreira (193.º), alcançada em agosto de 2015.

De olhos postos na fase de qualificação dos torneios do Grand Slam, que disputou apenas em três ocasiões e a mais recente em junho de 2016, seguirá para Lisboa na segunda-feira, depois de “um final de dia para descansar e celebrar com um gelado”, com a garantia de estar “pronto para jogar já na terça-feira.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt