Opelka e a forma como o ATP tem lidado com a pandemia: «Pior era difícil»

Por José Morgado - Maio 16, 2020
Reilly-Opelka

Reilly Opelka, jovem de 22 anos que é uma das estrelas em ascensão do circuito ATP, participou na semana passada num dos primeiros torneios pós-quarentena nos Estados Unidos… e venceu a competição. O norte-americano tem sido um dos maiores críticos da forma como esta situação tem sido gerida pelas principais entidades e não poupa nas críticas em entrevista à ‘Racquet Mag’.

“Seria difícil eles lidarem com este assunto pior do que estão a fazer. Os jogadores forem deixados completamente no escuro. E ainda nenhum executivo do ATP teve qualquer corte salarial ou nos seus rendimentos. Vários membros executivos do WTA receberam cortes salariais e todas as jogadoras receberam o prize-money da primeira ronda de Indian Wells. Aqui nem uma coisa, nem outra. Eu tinha alugado uma casa muito cara para essas duas semanas lá e fiquei sem esse dinheiro. Parece-me que dá uma imagem errada à modalidade que quem manda no ATP vá ganhar mais dinheiro em 2020 do que o prize-money do Roger Federer”, disparou o antigo campeão de Wimbledon sub-18 e vencedor do ATP 250 de Delray Beach já em 2020.

Opelka acha que a ideia do Fundo de Jogadores é boa, mas que não compete aos colegas ajudarem-se mutuamente. “Os jogadores jamais deveriam ter de ajudar-se uns aos outros. Mas tendo em conta como as coisas estão, talvez seja necessário. Parece que é a única esperança para alguns tenistas e por isso decidi ajudar.”

O norte-americano assume que esta crise está a destapar muitos dos problemas do ténis. “Há muitas coisas que estão erradas no ténis. Os direitos televisivos são caóticos. Os jogadores não têm liberdade e sou multado de cada vez que bebo um Red Bull em campo, coisa que sempre fiz. Não podemos usar ‘logos’ demasiado grandes, não podemos fazer nada. A desculpa é sempre de que somos um desporto de cavalheiros. Tretas. O golfe é muito mais um desporto de cavalheiros do que o ténis alguma vez será e os jogadores do PGA Tour atualmente parece estrelas da NASCAR tal é o tamanho dos patrocínios que têm vestidos”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com