Oeiras Open 125 começa com dez derrotas portuguesas no qualifying

Por Bola Amarela - Abril 13, 2025
André-Rodeia
FOTO: Álvaro Isidoro/Beatriz Ruivo/FPT

Nenhum dos 10 portugueses que atuaram no primeiro dia de Oeiras Open 125 conseguiu carimbar o acesso à última ronda do qualifying neste torneio combinado (ATP Challenger 125 e WTA 125) que a Federação Portuguesa de Ténis organiza, no Complexo de Ténis do Jamor, até 20 de abril e que tem entrada gratuita durante toda a semana.

João Domingues, Francisco Rocha, Diogo Marques, João Graça, André Rodeia e Dino Molokova foram travados no arranque da fase de qualificação masculina e deixaram a representação lusa reduzida a Henrique Rocha — o único com entrada direta após a desistência de Jaime Faria — e os wild cards Gastão Elias, Pedro Araújo e Tiago Pereira.

Na prova feminina, Ana Filipa Santos, Analu Freitas, Amália Suciu e Teresa Poppe despediram-se da competição durante esta jornada e a representação portuguesa ficou reduzida a metade, com Francisca Jorge, Matilde Jorge, Angelina Voloshchuk e Inês Murta já asseguradas na grelha mais importante.

Entre as derrotas, destaque para o regresso à competição de João Domingues. Depois de seis meses a recuperar de uma lesão nas costas, o tenista de Oliveira de Azeméis (atual 551.º, ex-150.º) não sentiu dores durante o encontro com o espanhol Alejandro Moro Canas (156.º), segundo favorito da fase de qualificação, que venceu por 6-2 e 6-2.

“Tive seis meses muito complicados, por isso hoje tentei desfrutar ao máximo. Sei que não foi um bom encontro, longe disso, e ainda tenho muita coisa para melhorar, mas saio satisfeito porque tive dores em todo o lado menos num [a parte de baixo das costas, onde se lesionou], o que é positivo. Gosto muito de estar em torneios, já tinha saudades e agora adivinha-se um longo caminho“, contou na conversa com os jornalistas após o encontro.

“Fiquei cinco meses sem treinar e nos primeiros tempos doíam-me as costas a vestir as calças, os calções, as meias, por isso foi muito complicado. Demorei quatro meses até recomeçar no mini-ténis e foram tempos complicados. Tive fases, até porque foi uma lesão em que nunca me deram um tempo, sempre foi uma incógnita. Nunca sabia quando é que ia poder voltar a treinar, por isso agora estou muito feliz”, acrescentou Domingues, detentor de três títulos Challenger — um deles em Portugal, no Braga Open de 2019.

Num dia sem sets ganhos, Francisco Rocha (728.º) cedeu por 6-2 e 6-3 para o cazaque Denis Yevseyev (254.º), Diogo Marques (850.º) por 6-1 e 6-1 face a Guy Den Ouden (258.º), João Graça (1433.º) pelos parciais de 6-3 e 6-1 no duelo com o ex-top 100 e ex-finalista Juan Manuel Cerúndolo (atual 125.º), Dino Molokova por 6-0 e 6-0 com o húngaro Zsombor Piros (251.º), campeão em 2023, e o estreante André Rodeia por 6-1 e 6-2 no duelo com o suíço Remy Bertola (283.º).

Recém-licenciado em finanças nos Estados Unidos da América, o jovem português de 23 anos não quis tomar qualquer risco e enverdou por uma carreira profissional ligada ao que estudou em terras do Tio Sam assim que se formou no último verão, abraçando um emprego relacionado com auditoria. Este sábado, estava a jantar quando foi surpreendido com a chamada de um amigo que o informou da inesperada — e inédita — ida a jogo num torneio Challenger, motivo mais do que suficiente para o “bichinho” voltar.

“Faz todo o sentido cair do college e tentar logo o profissional como a maioria das pessoas faz. Mas financeiramente não é fácil. Quando decidi que ia começar a trabalhar não era assim tão fácil arranjar trabalho. E também queria preencher um bocadinho o meu currículo, ter um seguimento dos estudos. Foi uma decisão… se calhar não foi a melhor”, contou, já em conferência de imprensa, o ex-aluno da University of the Pacific.

Depois, admitiu sair do Jamor com um dilema: o de apostar ou não na carreira profissional “durante um ano” para saciar a curiosidade.

Ao mesmo tempo, no torneio feminino verificaram-se outras quatro baixas lusas, todas elas em sets diretos.

Ana Filipa Santos, número quatro nacional fruto do posto 976 WTA, foi a primeira a ir a jogo. A alentejana de 29 anos entrou na fase prévia com ranking próprio – há um ano jogou o quadro principal da competição através de convite – e mediu forças com a canadiana Carson Branstine, a tenista mais cotada do qualifying (196.ª) e cedeu por 6-1 e 6-1.

Logo depois, também no Court Central, Teresa Poppe, a atual campeã nacional de sub 16, não teve argumentos para contrariar a neerlandesa Lian Tran (354.ª) na estreia em torneios com égide WTA e perdeu por 6-1 e 6-0.

Poppe recebeu um dos dois wild cards para a fase de qualificação, o outro foi entregue a Amália Suciu (1298.ª). A jogadora do AHEAD Clube de Ténis viu a checa Jesika Maleckova (409.ª) vencer com os parciais de 6-2 e 6-1.

Analu Freitas (1235.ª) cedeu no dia de estreia em condições desta estirpe, no caso contra a croata Lucija Ciric Bagaric (306.ª) por 6-1 e 6-1.