Noah faz 60 anos: se o ténis é o amor, Roland Garros foi o primeiro beijo

Por Tiago Ferraz - Maio 18, 2020
yannick-noah
De Loore REUTERS/Pascal Rossignol

O antigo tenista francês Yannick Noah está de parabéns uma vez que faz, esta segunda-feira, 60 anos. Nesse sentido, o Bola Amarela foi à procura da história de quem voltou a deixar o título de Roland Garros em ‘casa’ 37 anos depois de Marcel Bernard o ter conseguido em 1946.

Noah nasceu a 18 de maio de 1960 e desde cedo se percebeu que o francês tinha algo que o distinguia dos demais. Prova disso é que, em 1977, com apenas 17 anos, Yannick Noah conseguiu vencer o torneio de Roland Garros de juniores naquela que seria uma conquista que deixava um bom presságio para o futuro.

No seu primeiro ano como profissional Noah conseguiu logo dois títulos corria o ano de 1978: o ATP de Manila e o challenger de Calcutta sendo que foi, ainda, finalista no ATP de Nice, em França.

Em 1979 chegaram mais títulos na variante singular num ano que marcou a estreia em finais de categoria Masters 1000 – e com sucesso -:  Noah foi feliz vencer o Masters de Madrid e venceu ainda os ATP de Nancy e de Bordéus, em França, para somar cinco títulos ao seu palmarés enquanto sénior.

Seguiu-se um ano menos feliz e, em 1981, o gaulês voltou aos triunfos e logo em dose dupla: Noah venceu os ATP de Richmond e de Nice na variante singular e estreou-se nos triunfos na variante de pares ao vencer o ATP de Nice ao lado de Pascal Portes e o Masters de Paris juntamente com o romeno Illie Nastase.

Em 1982 seguiram-se mais quatro títulos na variante singular, entre os quais, o ATP de Basileia, que viria a vencer também na variante de pares, bem como o ATP de Nice, igualmente, em pares ao lado de Henri Leconte.

O ano seguinte foi, porventura, um dos mais marcantes na variante singular: Noah conquistou o primeiro (e único) Grand Slam da carreira na variante singular e fez a festa em ‘casa’ ao vencer o torneio de Roland Garros para ser o primeiro gaulês a vencer a prova em 37 anos. A esse título juntou ainda mais um Masters 1000 de Madrid e o ATP 500 de Hamburgo, na Alemanha.

Noah era um tenista que também dava nas vistas (principalmente) na variante de pares e fez questão de o demonstrar ao ficar, novamente, ‘dono e senhor’ da terra batida de Roland Garros logo no ano seguinte à sua conquista na variante singular: o francês venceu o torneio, desta vez na variante de pares, ao lado do compatriota Henri Leconte em 1984.

Em 1985, o gaulês voltou a vencer um torneio de categoria Masters 1000, desta vez, na capital de Itália Roma e juntou ainda mais duas conquistas nessa temporada: o ATP 500 de Washington e o ATP de Toulouse, em França. Em pares, Noah venceu o ATP de Chicago tendo como parceiro Johan Kriek.

1986 foi um dos melhores anos da carreira do francês e, claro está, a variante de pares esteve em destaque: ao lado do atual diretor de Roland Garros, Guy Forget, Noah venceu os Masters 1000 de Monte Carlo e Roma e foi feliz no ATP 500 de Basileia. Este foi o ano em que o gaulês conseguiu a sua melhor classificação de sempre ao fixar-se na posição 3 da tabela ATP, sendo que em singulares Noah chegou ao topo e foi número um mundial nesse mesmo ano.

O melhor estava guardado para o ano seguinte: Noah teve um ano incrível que o levou à conquista de sete títulos, cinco deles na variante par: o francês venceu o ATP 250 de Lyon, o Masters 1000 de Indian Wells, o ATP de Forrest Hills, o Masters 1ooo de Roma e o ATP de Queen’s todos ao lado de Guy Forget. Em singulares, Noah venceu ainda os ATP 250 de Lyon e o 500 de Basileia.

Em 1990, já na reta final da sua carreira, o francês venceu ainda os torneios de Sydney e Nice, em singulares e pares, respetivamente, sendo que conseguiu ainda chegar às meias-finais do Australian Open.  o final de carreira ocorreu seis anos mais tarde em 1996.

Na sua carreira, Noah conta com participações na Taça Davis pela seleção francesa entre 1980 e 1990.

O antigo tenista francês conseguiu prémios na ordem dos três milhões de dólares em Prize-money e conquistou 39 títulos ao longo da carreira nas duas categorias.

 


O jornal L’Equipe faz, esta segunda-feira, capa com aquele que tenista que “está pronto para ser enterrado com a sua raqueta”.

 

 

 

 

 

 

 

 

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.