Naomi Osaka: «Adoro jornalistas mas não concordo com as conferências de imprensa»
Naomi Osaka está no centro de muitas conversas desde que desistiu de Roland Garros na sequência de ser multada por faltar a uma conferência de imprensa. Criou-se muita polémica à volta desse tema e a japonesa acabou mesmo se afastar do circuito até aos Jogos Olímpicos, onde irá voltar à competição. No entanto, aproveitou agora para deixar uma clara mensagem através de uma carta abertura publicada na revista Time.
“Quero esclarecer que adoro jornalistas, que me têm tratado muito bem, mas não concordo com as conferências de imprensa no formato que têm acontecido no ténis. É algo obsoleto e há que pensar noutra forma de comnicar. Dei muitas entrevistas ao longo da minha carreira e tento sempre ser sincera, devemos ter respeito uns pelos outros. A minha intenção ao não ir à conferência de imprensa era alertar para a necessidade de uma mudança, nunca inspirar uma revolta contra os jornalistas”, escreveu.
Osaka prossegue a dar uma sugestão para que tudo seja um pouco diferente. “Talvez devesse ser dada uma oportunidade aos desportistas de elite de não se submeterem ao escrutínio da imprensa em determinados momentos. Em qualquer outro trabalho deixam-te tirar um dia por algo pessoal e não é necessário revelar o problema a toda a gente. Senti-me muito pressionada a nível mediático para revelar os motivos de não ir à conferência e percebi que não me deram credibilidade. Não desejo isso a ninguém”, afirmou.
E concluiu a reforçar essa ideia com a vontade de fazer a diferença no mundo do desporto. “Somos seres humanos e podemos ter dias maus. Tenho muitas sugestões a fazer às instituições do ténis mundial e uma delas seria que nos deixassem escolher alguns dias do ano sem ir às conferências de imprensa e sem termos de revelar os motivos publicamente, como se fossem dias de baixa por doença”, rematou.